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Tecnologia e bem-estar são discutidos no contexto da pecuária leiteira

Tecnologia e bem-estar são discutidos no contexto da pecuária leiteira

Atentos às demandas e exigências dos consumidores, o “Encontro Regional Sobre Pecuária Leiteira” discutiu modos de gestão inteligente na 12ª Semana de Integração Tecnológica (SIT)

Sete Lagoas (23/5/2019) Entre as diversas atividades da 12ª Semana de Integração Tecnológica (SIT), em Sete Lagoas, o quarto dia de evento discutiu o futuro da pecuária leiteira. O Encontro Regional Sobre Pecuária Leiteira reuniu produtores, professores e pesquisadores para trocar experiências sobre modos inteligentes de gestão da pecuária de leite em um mundo cada vez mais conectado e preocupado com questões ambientais.

Pela manhã, o auditório da Embrapa Milho e Sorgo recebeu o público para duas palestras sobre o futuro da pecuária leiteira. O consultor agropecuário, Cássio Camargo, iniciou o dia com uma provocação para os produtores presentes. Para ele, o mercado de produção de leite é muito avançado, mas, da porteira para dentro, os produtores ainda são carentes de especialização.

Nesse sentido, o pesquisador da Embrapa, Paulo Martins, afirmou que a “fazenda 4.0 está chegando”. O termo faz referência à utilização de tecnologias dentro das fazendas para melhoras nos índices de gestão. “A verdade é que na pecuária de leite estamos com custos elevados e tomamos decisões no escuro. Para sermos mais eficientes e competitivos precisamos ficar atentos à internet 4.0”, disse.

Foto: Erasmo Pereira

Na lógica do mercado leiteiro, de acordo com Paulo, informação e precisão são as duas coisas que o produtor mais vai precisar daqui pra frente. “Com as tecnologias certas será possível obter informações para reduzir custos e tomar atitudes precisas”, afirmou. Indagado sobe a diminuição de empregos causada pela automação no campo, o pesquisador foi enfático ao afirmar que isso não é verdade. “A automação nas fazendas não retira empregos, mas supre uma demanda e ainda traz de volta ao campo nossos jovens que estão tão afastados dele”.

Foto: Bruno Menezes

Durante a tarde, a programação ocorreu no Campo Experimental de Santa Rita, da EPAMIG. O tradicional Dia de Campo, evento que integra a programação da SIT desde a primeira edição, abordou a questão do bem estar animal na pecuária de leite. Para a coordenadora do Programa Estadual de Pesquisa em Bovinocultura, Cristiane Viana, o aumento da produção de leite ao longo dos se deu em contrapartida do bem-estar dos próprios animais. Segundo a pesquisadora, criar as vacas com foco na qualidade de vida impacta diretamente a qualidade do leite que é extraído delas.

“Um animal que é manejado visando o bem estar produz mais leite, tem uma longevidade maior e retorno nos dados zootécnicos, o que faz com que esse animal seja mais produtivo ao longo do tempo”. Cristiane aponta que essa é uma tendência mundial e mostra que um manejo mais natural reflete em qualidade também para os produtores. “Uma vaca manejada com foco no bem-estar é mais mansa, dá menos coices e nem precisa ser amarrada durante a ordenha”.

A questão da qualidade de vida do produtor rural se estendeu ao longo da tarde para cinco tendas montadas no Campo da EPAMIG. Por meio de um sistema de rodízio, o público participou de discussões sobre prevenção de acidentes, defesa sanitária animal, aposentadoria do trabalhador rural, riscos da febre maculosa e a segurança no campo, este com a participação da Polícia Militar. “São temas necessários e poucos discutidos”, afirmou a coordenadora de difusão da EPAMIG Centro-Oeste, Maria Celuta.

O produtor Luiz Carlos Lobato, de Carmo da Mata, acompanha os Dias de Campo da EPAMIG há um tempo e aplica as tecnologias ensinadas em sua propriedade e no sindicato em que participa. Segundo o produtor, o trabalho de implantação de técnicas de segurança e de qualidade de vida no campo é urgente, principalmente diante de problemas com segurança e do novo perfil dos consumidores. “O trabalho em conjunto e as medidas que estão sendo passadas aqui são muito úteis. É mais uma ferramenta que a gente conta”, afirmou.  

Vitrine de Tecnologias da Embrapa

Pouco depois das palestras da manhã, o público presente se deslocou para as plantações da Embrapa Milho e Sorgo, espaço conhecido como Vitrine de Tecnologias. Além de oferecer cursos específicos, a vitrine é um espaço que possibilita a visitação do Sistema de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), estratégia de produção que integra diferentes sistemas produtivos, agrícolas, pecuários e florestais dentro de uma mesma área.

Programação diversificada

A programação da quinta-feira contou ainda com palestras e cursos com temas como piscicultura intensiva em caixas d’água adaptadas (tanques suspensos), ministrada pelo pesquisador da EPAMIG, Giovanni  Resende.

A 12ª SIT segue até a sexta-feira (24), de 8 às 16h30. 

Foto: Bruno Menezes

 

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