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Queijo prato com corantes bioativos pode prevenir doenças oculares

Queijo prato com corantes bioativos pode prevenir doenças oculares

Adição de luteína ao queijo prato.
Adição de luteína ao queijo prato. Foto: Divulgação EPAMIG

(Juiz de Fora, 17.11.2015) – O queijo prato pode ser mais um aliado na prevenção de doenças e lesões oculares, como a catarata e a degeneração macular, que chega a causar cegueira em pessoas com mais de 65 anos. A utilização de corantes bioativos na fabricação do produto, como a luteína em substituição ao urucum, foi testada em projeto de pesquisa desenvolvido pela EPAMIG Instituto de Laticínios Cândido Tostes (ILCT) com resultados positivos.

“Substituímos o corante de urucum, tradicionalmente utilizado durante a fabricação do queijo prato, por corante luteína, com propriedades antioxidantes que evita essas doenças. Os resultados apontaram a absorção de 6mg de luteína em cada 100g de queijo, quantidade necessária para uma dieta diária de reposição dessa substância no organismo; e o melhor, sem alterar o sabor do produto”, revela a pesquisadora Denise Sobral, que coordenou o estudo.

Segundo ela, o queijo prato é o segundo mais consumido no Brasil e a utilização da luteína pode trazer benefícios à saúde, sem alterar os hábitos da população. “A versatilidade, faz com que o queijo tenha grande potencial para se tornar um alimento funcional, pois consegue atingir diferentes faixas de idade, classe social e exigências de consumo”, observa.

O projeto desenvolvido na EPAMIG ILCT foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig). Durante três anos, os pesquisadores fabricaram o queijo prato com luteína e realizaram análises para verificar o grau de absorção da substância bioativa no queijo, a composição, a textura, a microbiologia e a coloração do produto, comprovando que a luteína não altera as características do produto final.

Benefícios da luteína

A luteína é um dos principais pigmentos maculares contidos na retina humana, sendo responsável por duas funções fundamentais: proteger a mácula contra o estresse oxidativo (função antioxidante) e filtrar a luz azul de alta energia, melhorando a acuidade visual. Por meio desses mecanismos, acredita-se que luteína possa contribuir para a diminuição do risco de ocorrência de catarata e de degeneração macular relacionada à idade.

A degeneração macular relacionada à idade é a principal causa de perda de visão irreversível na população de idade avançada nos EUA e no mundo Ocidental. Estima-se que 1,6% da população entre 50 e 65 anos de idade seja afetada por esta doença, aumentando para 30% no grupo de indivíduos com idade acima dos 75 anos. Como a proporção de idosos na população brasileira aumentou, assim como a expectativa de vida, o impacto da doença na saúde pública tende a se tornar mais severo, apontam os estudos.

Como a luteína não é sintetizada pelo organismo humano, é necessário que seja suprida por meio da alimentação. A dose mínima de luteína a ser ingerida para que tenha efeitos benéficos à saúde é de 6mg diárias. O próximo passo, segundo Denise Sobral, é viabilizar a utilização da luteína junto à indústria, já que a substância tem custo maior que o urucum.

Queijo com corante luteína.
Queijo com corante luteína. Foto: Divulgação EPAMIG

Inova Minas Fapemig

A pesquisa Aplicação de corantes bioativos em queijo prato esférico está entre os 70 projetos selecionados para a Inova Minas Fapemig, que acontece nos dias 23 e 24, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte. Organizado pela Fapemig, o evento quer mostrar às pessoas o quanto a ciência faz parte da vida delas, apresentando soluções para melhorar o dia a dia.

Além desse projeto, a EPAMIG teve outro estudo selecionado: Reuso da água no processamento de café, desenvolvido pelos pesquisadores Sammy Soares e Sérgio Donzeles.

 

Serviço

Evento: Inova Minas Fapemig

Onde: Palácio das Artes

Quando: 23 e 24 de novembro

Entrada: gratuita

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