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Provas vão identificar os cafés especiais do Banco de Germoplasma da EPAMIG

Provas vão identificar os cafés especiais do Banco de Germoplasma da EPAMIG

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A segunda prova oficial de degustação das amostras do Banco Ativo de Germoplasma da EPAMIG vai selecionar cafés especiais, com sabor e aroma específicos para bebida de qualidade. As avaliações, que iniciaram este mês, em Patrocínio, MG, serão divididas em várias etapas até janeiro do ano que vem. O objetivo da EPAMIG, após esta seleção, é disponibilizar as sementes dos melhores cafés aos produtores.

A primeira prova oficial, realizada no ano passado, apresentou excelentes resultados com notas superiores a 82 pontos. Segundo o pesquisador da EPAMIG Gladyston Rodrigues de Carvalho, cerca de 3% de todo material testado nas provas, que serão concluídas em 2019, fará parte de um ranking dos melhores cafés empresa. “Os cafeicultores terão a chance de conhecer e plantar um genótipo específico para o tipo de café especial que querem produzir, a partir da seleção de grande parte dos 1563 acessos do Banco de Germoplasma. Já que a meta é colher cerca de 300 amostras para serem avaliadas todo ano”, informa.

As avaliações são realizadas por uma equipe de cinco provadores treinados e capacitados para pontuar os cafés e encontrar sabores e aromas característicos. No primeiro dia de cada etapa, os degustadores classificam as amostras e os grãos isentos de defeitos e retidos nas peneiras 16. No segundo dia, avaliam as amostras, às cegas, e dão notas de 0 a 10, para os seguintes atributos da bebida: fragrância/aroma, doçura, ausência de defeitos, uniformidade, sabor, acidez, corpo, equilíbrio, finalização e impressão global. Segundo o responsável pelas avaliações, Ronaldo Antônio Dantas da Silva, a nota sensorial é gerada a partir da soma dos atributos avaliados sendo considerados especiais os cafés com pontuação igual ou superior a 80 pontos. Todas as etapas ocorrem de acordo com os protocolos estabelecidos pela Associação Americana de Cafés Especiais (SCAA).

As provas de cafés são uma iniciativa do Consórcio Pesquisa Café, financiadas pela Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) numa parceria entre EPAMIG e Federação dos Cafeicultores do Cerrado Mineiro. O coordenador do Programa Estadual de Pesquisa Cafeicultura da EPAMIG, César Elias Botelho, acredita que a Região do Cerrado pode dar um salto em qualidade de pontuação dentro do terroir se acrescentar o genótipo a cultivar, assim como outras características que o mercado está exigindo como eficiência na colheita, resposta as podas, tolerância ao calor e déficit hídrico. “Junto com essas novas tendências, a seleção para plantio de genótipos como um diferencial  de qualidade é uma raridade. Espero que em poucos anos, o consumidor compre um café de cultivar específica, com rastreabilidade e o terroir da região”, comenta.

Segundo o coordenador, este movimento de preocupação com a qualidade da bebida é recente na cafeicultura brasileira, pois a produtividade sempre foi o principal objetivo. “As primeiras provas, não oficiais, foram realizadas em 2008. De lá para cá avançou muito a busca da qualidade junto ao melhoramento. Não sabíamos que existia esta dimensão de variabilidade para qualidade. Hoje, dentro do Programa este é o carro chefe”, afirma.

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Assinatura do protocolo intenções para cooperação técnica entre EPAMIG e Instituto do Café da Costa Rica aconteceu em Belo Horizonte no mês de novembro – Foto Erasmo Pereira 

Os avanços na cafeicultura brasileira e nas pesquisas para qualidade da bebida estão despertando o interesse de outros países nas cultivares desenvolvidas no país. No mês de novembro , César acompanhou uma comitiva de pesquisadores da Costa Rica que veio ao Brasil firmar um convênio com a EPAMIG para intercâmbio de conhecimento, de tecnologia e, principalmente, para registrar a cultivar da empresa, a Catiguá MG2. Exigente em qualidade, a Costa Rica já testou a cultivar em 8 safras . “O desempenho foi excelente com peneira maior do que a produção brasileira. Além disso, a MG2 é resistente à ferrugem e se comportou muito bem em várias regiões testadas mesmo com a diversidade de altitudes”, diz César. Um protocolo de intenções entre as partes já foi firmado e garantirá cooperação técnica, além de troca de material genético e visitas para troca de experiências.

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