(Belo Horizonte – 7/8/2023) A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) é parceria da Cemig e do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD) no primeiro projeto agrivoltaico do Brasil. A proposta vai unir a agricultura, um dos pontos mais fortes da economia de Minas Gerais, à geração de energia solar, em um mesmo espaço.
A iniciativa foi aprovada em edital de chamada pública da Cemig, que seleciona projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI). O projeto faz parte do Programa PDI Aneel. O objetivo é criar alternativas para produção de energia fotovoltaica na mesma área usada em cultivos agrícolas, ampliando o valor do uso do solo e possibilitando o desenvolvimento de modelos de negócios inovadores. O investimento total é de cerca de R$10,5 milhões e as pesquisas serão desenvolvidas ao longo de 30 meses.
“Produzir alimentos e energia elétrica em um mesmo local é algo realmente inovador. Nesta fase inicial, estamos instalando unidades pilotos em campos experimentais da EPAMIG para testar culturas variadas em diversos arranjos e, assim, chegarmos a tecnologias adaptadas às condições de clima e solo para serem transferidas aos agricultores das diferentes microrregiões de Minas Gerais”, assegura o diretor de Operações Técnicas da EPAMIG, Trazilbo de Paula.
O diretor de Estratégia, Meio Ambiente e Inovação da Cemig, Maurício Dall’ Agnese, salienta a importância dessa iniciativa para o setor de energia. “Este projeto reitera o compromisso da Cemig com a inovação e a sustentabilidade. Além de termos produção de energia 100% renovável, estamos desenvolvendo projetos inovadores para potencializar a geração solar, como as primeiras usinas solares flutuantes em rios e reservatórios brasileiros em operação comercial”, afirma.
Potencial agropecuário aliado à transição energética
O método de pesquisa contará com três instalações agrivoltaicas que vão permitir a realização análises comparativas entre elas. O objetivo é determinar quais serão as combinações de modelos de módulos e as melhores culturas para aumentar a produtividade global das atividades.
A implantação destes pilotos vai permitir a utilização de uma mesma área para produção de energia fotovoltaica em associação com atividades agrícolas (Agrovoltaico) e de pecuária (Rangevoltaico). O projeto será conduzido nos campos experimentais da EPAMIG em Mocambinho (CEMO) e de Santa Rita (CESR), localizados respectivamente nos municípios de Jaíba e Prudente de Morais, regiões Norte e Centro-Oeste do estado.
“O Agrivoltaico é a forma de instalação de usinas fotovoltaicas que permite o uso conjunto com atividades agropecuárias. Um projeto como este coloca a EPAMIG e seus parceiros na vanguarda tecnológica dentro do cenário nacional”, afirma a pesquisadora, Polyanna Oliveira.
Minas Gerais é, atualmente, o estado com a maior potência instalada de energia fotovoltaica no Brasil. “Minas Gerais vivencia um crescimento exponencial junto ao setor, que por si só, é o que mais cresce no Brasil. Como é um estado com agropecuária variada e pujante, é justificável a maior quantidade de instalações fotovoltaicas na sua zona rural”, completa a pesquisadora da EPAMIG.
Integração inovadora
O projeto pretende buscar soluções para as dificuldades já identificadas de integrar as duas atividades, que atualmente, são realizadas de forma separada. Onde são instaladas as usinas fotovoltaicas não são realizadas atividades agropecuárias e, da mesma forma, onde há culturas e pastagens não existe a instalação de painéis fotovoltaicos.
“Além dos desafios técnicos envolvendo áreas multidisciplinares, temos o lado social envolvendo tecnologias para facilitar a vida dos pequenos produtores rurais e o desenvolvimento de potenciais fornecedores da indústria nacional. Faremos uma avaliação completa do sistema Agrivoltaico customizado para o estado de Minas Gerais, envolvendo aspectos técnicos, regulatórios, econômico-financeiros, sob as perspectivas do produtor rural, distribuidora de energia e provedor da solução do sistema integrado”, explicou o gerente comercial do CPQD, Carlos Alberto Previdelli.
Para Mauricio Dall’ Agnese, da Cemig, o apoio ao desenvolvimento da tecnologia agrivoltaica possibilitará mais um vetor de expansão da produção de energia elétrica de fonte solar. Além disso, contribui com o esforço da Companhia no processo de descarbonização e transição energética, promovendo o desenvolvimento social e econômico. “O projeto tem potencial de revolucionar o setor, seja pela nossa vocação para geração solar, seja pela vocação para produção agropecuária de Minas Gerais”, ressalta.
* Com informações da Assessoria de Imprensa da Cemig