Nova Porteirinha (20.09.2017) – Foram lançados nesta quarta-feira, 20, a Rede Palma e revista Informe Agropecuário “Cultivo e utilização da palma forrageira”, durante evento na Unidade Norte da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), em Nova Porteirinha. As ações integram o programa Palmas para Minas, que visa construir o conhecimento desta cultura em áreas de vulnerabilidade climática de Minas Gerais.
A Rede é composta por diversas instituições de pesquisa, extensão, fomento e agroindústria que irão cooperar para a seleção, multiplicação e distribuição de palma forrageira, que já tem se mostrado uma alternativa viável para produtores de leite no semiárido mineiro. Na primeira etapa do projeto, foram selecionados 10 municípios do Norte e Vale do Jequitinhonha para receberem mudas de palmas provenientes da EPAMIG. Participam os municípios de Olhos d’água, Botumirim, Francisco Sá, Jequitinhonha, Matias Cardoso, Montezuma, Janaúba, Gameleiras, Monte Azul, Santo Antônio do Retiro.
Desde 2009, a EPAMIG desenvolve estudos e incentiva o cultivo da palma. Nesses oito anos, em parceria com a Emater-MG, já foram distribuídas cerca de 400 mil mudas desta planta, que é fonte de água e energia para o rebanho. Segundo a chefe da EPAMIG Norte de Minas, Polyanna de Oliveira, a Rede irá trabalhar para ampliação também dos resultados de pesquisa. “A proposta é termos a indicação das melhores variedades de palma forrageira para o Norte de Minas e Bacia do Jequitinhonha, além de construirmos coletivamente um sistema de produção compatível com à realidade do nosso estado, assim como já acontece nos semiáridos baiano e pernambucano”, ressalta.
De acordo com o presidente da EPAMIG, Rui Verneque, a pesquisa busca, junto com demais parceiros, contribuir para o desenvolvimento sustentável da pecuária na região. “A palma é uma planta que se adapta a longos períodos de estiagem e exige poucos recursos hídricos para o plantio. Acreditamos que essas parcerias possam ampliar as ações e trazer mais qualidade para o rebanho e à vida do produtor rural”, afirma.
Na Fazenda Santa Marta, em Janaúba, a palma é a alimentação das vacas criadas pelo produtor rural Uelton Moreira, conhecido por Tom Tom. Ele é um dos produtores que receberam mudas para multiplicação e conta que antes de iniciar a cultura da palma perdeu mais de 20 vacas, que morreram em função da seca. “Hoje consigo manter uma produção de leite de 220 litros por dia”, comemora.
Publicação
A edição Informe Agropecuário da EPAMIG “Cultivo e utilização da palma forregeira” conta com dez artigos, com informações sobre tecnologias de cultivo, com alto rendimento e qualidade da forragem, levando em consideração índices técnicos, para que a atividade tenha sustentabilidade. São apresentadas, também, formas de uso da palma forrageira na alimentação tanto de bovinos quanto de humanos.
A edição foi produzida em parceria com instituições de ensino, com destaque para o Instituto Federal Baiano e a Universidade Estadual do Sudeste da Bahia. Além disso, diversos especialistas participaram da edição coordenada pelos pesquisadores Maria Geralda Vilela Rodrigues, Ariane Castricini, e Sérgio Luiz Rodrigues Donato. A revista pode ser adquirida pelo site www.informeagropecuario.com.br ou por meio da divisão de Promoção e Distribuição da Informação Tecnológica. Informações: (31) 3489-5002 ou publicacao@epamig.br
Capacitação
A programação do evento técnico, nesta quarta, 20, também contou com palestras ministradas por técnicos da EPAMIG, do Instituto Federal Baiano e da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Cerca de 200 participantes conheceram sobre planejamento e implantação do palmal, manejo, colheita, diagnóstico nutricional, recomendação e manejo de adubação e uso da palma forrageira na alimentação animal.
De acordo com a pesquisadora da EPAMIG Leidy Rufino, a palma é uma alternativa para complementar a alimentação do gado, mas é necessária a continuação dos trabalhos na geração e na divulgação de informações referentes a cultivares, técnicas de cultivo e formas de uso. “Isso pode resultar no sucesso da atividade, na segurança ambiental, produtiva, alimentar e econômica de milhares de famílias”, explica.