Relatórios serão divulgados semanalmente mostrando a variação no valor dos produtos mais vendidos na central de abastecimento da Grande BH
Diante da crise causada pela pandemia do Covid-19 em todo o país, a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) de Minas Gerais passou a monitorar os preços das frutas e hortaliças mais vendidas na CeasaMinas. A cada semana, dois relatórios com a variação dos valores destes produtos – com dados referentes aos últimos 15 dias – serão divulgados no site da pasta. (Para ter acesso, clique aqui.)
Segundo o superintendente de Inovação e Economia Agropecuária da Seapa, Carlos Eduardo Oliveira Bovo, a medida foi adotada com o objetivo de evitar o desabastecimento e garantir um preço justo tanto para os consumidores quanto para os produtores. “Esse acompanhamento poderá, por exemplo, sinalizar algum problema no abastecimento. Quando falta algum produto, a tendência é o preço subir. Se isso acontecer, vamos buscar a identificação do problema e a adoção de medidas para minimizá-lo”, esclarece.
Ainda de acordo com o superintendente, para garantir o equilíbrio do mercado e evitar que os agricultores sejam alvo de especulações, o mesmo acontecerá quando houver queda acentuada no preço de algum item. “Estamos vivendo um período em que tudo ganha uma proporção alarmante. Neste sentido, nosso objetivo é realizar o acompanhamento para que nenhum dos elos da cadeia seja prejudicado”, completa Bovo.
Os relatórios também ajudarão a evitar a prática de preços abusivos ao consumidor, além de garantir que produtos de qualidade continuem sendo oferecidos. “Estes dados servirão, ainda, para auxiliar o Estado em tomadas de decisões mais assertivas e precisas, principalmente em momentos de crise”, contextualiza o superintendente.
Variações dentro do esperado
A análise considerou os preços de 20 produtos comercializados no entreposto da Grande BH da CeasaMinas, localizado em Contagem, no período de 16 de março a 1º de abril. Entre os produtos que apresentaram variações mais significativas está o limão Tahiti, que chegou a ter um aumento de 55,6%, passando de R$ 2,25/kg, no dia 20/3, para R$ 3,50/kg, em 23/3. Entretanto, nos dias seguintes o produto sofreu quedas consecutivas e em 1º de abril foi comercializado a R$ 1,50/kg.
Entre as hortaliças, as oscilações mais notáveis foram do pimentão, com 120,5% de aumento entre o dia 27 (R$ 1,66/kg) e o dia 30 de março (R$ 3,66/kg). No dia 1º de abril, o preço teve queda de 39,3% e passou a custar R$ 2,22/kg. O tomate também apresentou grande variação de preço, subindo de R$ 2,25 para R$ 4,50 o quilo (+100%) do dia 18 para o dia 20 de março. Assim como o pimentão, a hortaliça voltou a cair e retomou o preço inicial no primeiro dia de abril.
O superintendente de Inovação e Economia Agropecuária, Carlos Eduardo Bovo, diz que em razão da atual situação as oscilações de preço estão dentro da normalidade. “Alguns produtos sofreram impacto por conta da redução, por exemplo, do consumo em restaurantes. Apesar da grande oscilação dos preços de algumas frutas e hortaliças neste período, a tendência é de normalização nas próximas semanas”, analisa.
Na próxima semana, os relatórios divulgados trarão os dados referentes ao período de 23 de março a 10 de abril de 2020.