Palestrantes também abordaram o resgate do cultivo do algodoeiro no Norte de Minas e visitantes puderam aprender sobre cultivares e técnicas de manejo
(Leme do Prado – 2/6/2023) A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) realizou, no Campo Experimental de Acauã, localizado em Leme do Prado (MG), um Dia de Campo sobre o algodoeiro. O evento, que ocorreu no fim de maio, reuniu pesquisadores da Empresa e de outras instituições, além de produtores, extensionistas e estudantes universitários, para um ciclo de palestras sobre a cultura do algodão e o seu recente resgate na região do Norte de Minas Gerais.
O Dia de Campo foi promovido com o objetivo principal de apresentar os resultados da pesquisa “Fatores determinantes na produção do algodoeiro no Vale do Jequitinhonha”, fruto de acordo de parceria entre a EPAMIG, a Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), o Fundo de Desenvolvimento da Cotonicultura em Minas Gerais (Algominas) e a empresa Souza e Cambos Confecções.
Pela EPAMIG, palestraram os pesquisadores da Unidade Norte, João Batista Reis, que detalhou as alternativas e possibilidades de irrigação específicas para o algodoeiro, e Maurício Mendes Cardoso, que apresentou a experiência atual da Empresa com a cultura do algodão.
“A cultura do algodão foi praticamente dizimada na região do Vale do Jequitinhonha devido à praga do bicudo-do-algodoeiro, a materiais com baixa resistência a outras pragas, como lagartas, e também ao uso do glifosato. Com o recente advento de materiais transgênicos, essa cultura está ressurgindo aqui no norte de Minas”, explica o pesquisador, Maurício Mendes Cardoso.
Em sua apresentação, o pesquisador da EPAMIG Norte detalhou a participação da Empresa no “Projeto Fortalecimento do Setor Algodoeiro no Zimbábue”, em conjunto com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), e financiado pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores (MRE).
O projeto proporcionou a montagem de uma Unidade Técnica Demonstrativa (UTD) no Campo Experimental da EPAMIG em Nova Porteirinha (MG), onde foram plantadas quatro variedades de algodão (TMG 44 B2RF, FM 985 GLTP, DP 1857 B3RF e DP 1866 B3RF). Segundo ele, a pesquisadora da EPAMIG Norte, e especialista em nematologia, Alniusa Maria de Jesus, conduz um trabalho nessa UTD, para observar a flutuação populacional dos nematoides nessas variedades ao longo do ciclo do algodoeiro.
“A equipe está começando a coleta de dados e a tabulação dos resultados. Acredito que haverá a publicação de um artigo científico referente a esse experimento no segundo semestre de 2023. Há uma perspectiva de continuarmos os trabalhos nessa Unidade Demonstrativa, avaliando o cultivo de variedades de algodão com e sem áreas de cobertura vegetal, e também com e sem irrigação. Vamos compará-las quanto à produtividade e ao manejo”, antecipa o pesquisador da EPAMIG Norte.
“As palestras foram muito proveitosas, mostrando aos produtores questões sobre a produção do algodão, solo, sementes, gargalos produtivos e manejo, além da Unidade Demonstrativa em Nova Porteirinha. Alguns produtores saíram do evento interessados em iniciar o cultivo do algodão”, destaca o gerente do Campo Experimental de Acauã, Thiago Costa Ferreira. Segundo ele, a EPAMIG já está envolvida em ações futuras com relação à cultura. “Adianto que, para o próximo ano, já há um convênio assinado entre a EPAMIG e instituições parceiras para a instalação de pelo menos três Unidades Demonstrativas aqui na nossa região”, finaliza.
Além da EPAMIG, foram responsáveis pela realização do evento a Emater-MG, Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (SEAPA), UFVJM, Associação Mineira dos Produtores de Algodão (AMIPA), Programa Mineiro de Incentivo à Cultura do Algodão (Proalminas), Algominas e Souza e Cambos Confecções.