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Pesquisadora da EPAMIG está na lista Forbes das 100 Mulheres Doutoras do Agro

Pesquisadora da EPAMIG está na lista Forbes das 100 Mulheres Doutoras do Agro

Madelaine Venzon atua nas áreas de agroecologia e agricultura regenerativa e também como orientadora em cursos de pós-graduação

(Belo Horizonte – 17/10/2023) A pesquisadora da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) Madelaine Venzon foi apontada como uma das 100 Mulheres Doutoras do Agro pela Revista Forbes. A lista, em ordem alfabética, publicada no último domingo, 15 de outubro, Dia Internacional da Mulher Rural, homenageia profissionais altamente especializadas que atuam em universidades, faculdades, instituições de pesquisa e demais empresas do agronegócio.

“Ser uma das 100 pesquisadoras referência no Agro foi uma notícia muito gratificante, por ver o trabalho de uma vida sendo reconhecido. Um trabalho em Agroecologia, de Controle Biológico, que rompe diversas barreiras. Fico ainda mais feliz, por saber que os produtores e a população têm buscado cada vez mais essas tecnologias mais sustentáveis no seu dia a dia”, reflete Madelaine.

Trajetória

Natural de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, Madelaine cursou Agronomia na Universidade Federal de Pelotas. E conta que desde o início se interessou pela entomologia e pelo controle biológico. “Naquela época chamávamos tudo isso de agricultura alternativa. E logo me interessei pelo emprego de insetos, como os crisopídeos, para combater pragas em diferentes culturas”.

Em 1989, a pesquisadora veio a Minas Gerais para fazer seu mestrado em Fitopatologia/ Entomologia pela Universidade Federal de Lavras (UFLA). “Em 1992, comecei na EPAMIG. Os primeiros trabalhos foram com soja e algodão, mas já na área de controle biológico. Fizemos as primeiras liberações de parasitoides para o controle de percevejos na soja na região do Cerrado, em 1995. Depois desse período, fiquei quatro anos fora e fiz meu doutorado em Biologia Populacional, pela Universidade de Amsterdam. E foi quando,  posso dizer, que a minha mente se abriu. Eu passei a estudar ecologia e voltei com a cabeça mais aberta para não só buscar resolver o problema imediato, mas procurar as causas, o mecanismo e trabalhar com soluções baseadas na natureza”.

No retorno do doutorado, a pesquisadora foi transferida para a EPAMIG Sudeste, em Viçosa, onde atua desde o ano 2000. “Quando eu vim para Viçosa, iniciei os trabalhos com café e algumas hortaliças, principalmente, com a pimenta, que é muito importante para a região, especialmente na agricultura familiar”. As pesquisas envolvendo café têm obtido grande repercussão. “Os trabalhos com café consistem na busca por estratégias e plantas que possam ser associadas ao café de modo a diminuir ou zerar o uso de agrotóxicos”, ressalta.

O pós-doutorado, também em Biologia Populacional, realizado na Universidade da Califórnia, reforçou a atuação na agroecologia e na cafeicultura regenerativa. “Hoje todos os projetos estão concentrados nisso e a gente tem conseguido muitas parcerias, tanto com empresas privadas, quanto com as agências de fomento, para implantar unidades modelo em regiões cafeeiras com o intuito de diminuir ou zerar o uso de agrotóxicos. Os trabalhos começaram na Zona da Mata e hoje a gente tem muitas ações no Cerrado e demandas para o Sul de Minas e outras regiões produtoras. Temos uma parceria grande com a Nespresso e a NKG Stockler, que nos ajuda a alcançar um maior número de produtores”.

A demanda pelos resultados dessas pesquisas tem aumentado. “Costumo dizer que a gente criou essa onda de biológicos. Quando a demanda veio, nós já tínhamos as tecnologias prontas. Estamos prontos para atender. É gratificante ver os resultados, ter esse feedback dos produtores, ver crescer a demanda por parcerias”, finaliza Madelaine.

Orientação de novos profissionais

Com mais de três décadas de atuação na área, Madelaine tornou-se referência em agroecologia e controle biológico de plantas. A ida para Viçosa, possibilitou que a pesquisadora, atuasse também como orientadora em cursos de pós-graduação nas áreas de Entomologia e Defesa Sanitária Vegetal, na Universidade Federal de Viçosa, outro motivo de orgulho. “Eu orientei diversos estudantes no Mestrado, no Doutorado e agora no Pós Doc. E, inclusive, duas dessas orientadas estão na lista da Forbes também. Me dá uma alegria muito grande saber que ajudei a formar pessoas, mulheres, que estão sendo referência”, conta, citando as doutoras Fernanda Andrade, do Consórcio de Pesquisa Café, que atua na EPAMIG, e Mayara Loos Franzin, atualmente na Nestlé.

Entre 2016 e junho de 2023, Madelaine Venzon foi coordenadora do Programa Estadual de Pesquisa em Agroecologia da EPAMIG. Para a pesquisadora, um dos grandes diferenciais do trabalho da Empresa está na possibilidade de interação com o produtor. “A gente trabalha com a parte básica de entender os mecanismos, na ciência, publica em revista de alto valor de impacto, mas também vai a campo e leva o que a gente produz de tecnologia para o produtor. A gente tem essa interface, um diferencial nosso, da EPAMIG, algo que não é comum nas pesquisas acadêmicas, por exemplo”, destaca.

A lista Forbes das 100 Mulheres Doutoras do Agro pode ser consultada no site da publicação.

 

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