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Extração de óleos essenciais de flores e plantas aromáticas é alternativa para diversificação de renda

Extração de óleos essenciais de flores e plantas aromáticas é alternativa para diversificação de renda

Óleos essenciais têm usos terapêuticos, culinários, industriais e medicinais

(Belo Horizonte – 20/4/2021) O cultivo de flores para produção de óleos essenciais pode se tornar uma boa fonte de renda em um mercado que ganha cada vez mais espaço no Brasil. Quando extraídos, os óleos essenciais são usados na confecção de perfumes, cosméticos, produtos de limpeza, alimentos e até medicamentos. As substâncias também estão sendo estudadas no controle biológico de pragas e doenças de plantas na agricultura. 

Em Minas Gerais, a Empresa de Pesquisa Agropecuária (EPAMIG) trabalha com uma série de ações de pesquisas e orientações técnicas a produtores de flores e plantas aromáticas. De acordo com a pesquisadora da empresa, Thais Sales, uma possibilidade de diversificação na produção é o cultivo de espécies destinadas à extração de óleos essenciais. O cultivo pode ser feito em espaços específicos ou inserido em sistemas agroflorestais (SAFs). 

Thais explica que os aromas das flores são produzidos por tecidos glandulares, localizados nas pétalas ou na sépala, parte externa do cálice. Segundo a pesquisadora, essas glândulas liberam óleos essenciais, ou voláteis, que evaporam com facilidade e produzem odores florais característicos.

“Para usos terapêuticos, os óleos essenciais podem ser usados por inalação, absorção pela pele e ingestão. Mas é importante sempre buscar recomendação profissional, pois esses óleos são substâncias extremamente concentradas que podem causar efeitos colaterais quando utilizados em excesso ou de maneira incorreta”, destaca Thais.

Grande parte dos óleos essenciais utilizados no Brasil são importados. De olho nas oportunidades do mercado e no aumento das buscas por produtos nacionais, a bióloga Cristiane Costa decidiu empreender no sítio da família, localizado no município de Santana dos Montes (MG), e se especializou em flores e plantas aromáticas para destilação artesanal de óleos essenciais. 

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Cristiane conta que, após estágios e cursos, passou a produzir óleos não apenas de flores, mas de raízes e das folhas de outras plantas. A empresária trabalha na replicação de suas próprias matrizes e mantém uma rede de contatos com outros empreendedores do ramo para trocas de informações e materiais.  

“O setor está aumentando. Pequenos agricultores em áreas rurais estão destilando como fonte de renda e as indústrias estão fazendo grandes investimentos na área. Sem contar os cursos que são oferecidos. Em geral, as pessoas estão empreendendo mais no mercado de óleos essenciais e trocando informações sobre vivências e processos de aprendizados”, afirma Cristiane.

Óleos essenciais da marca “Renascer”, da empresária Cristiane Costa. Foto Divulgação

Para iniciar o cultivo de flores e plantas aromáticas é fundamental selecionar as espécies mais adaptadas ao local de plantio, pois o rendimento e a composição dos óleos essenciais são influenciados pelas condições climáticas, disponibilidade de nutrientes no solo, idade da planta, época do ano e hora da colheita. 

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Além disso, a pesquisadora da EPAMIG, Ângela Nascimento, destaca que são necessários planejamentos detalhados de cultivos, manejos e podas, bem como estudos dos métodos de extração e investimentos em materiais, maquinários e capacitação. “Por fim, todo óleo essencial extraído deve passar por análises laboratoriais com intuito de se obter informações sobre a qualidade e pureza do produto”, afirma.

Aroma de flores no jardim de casa

O perfume das flores não são sentidos apenas nos óleos essenciais. Antes mesmo da extração, as flores são responsáveis por criar memórias olfativas e afetivas. Ainda segundo Ângela Nascimento, cada flor possui um perfume característico que pode ser exalado durante o dia ou apenas ao anoitecer.

A pesquisadora aponta os cuidados para plantio de flores aromáticas em jardins domésticos. “Para espaços interiores ou pequenos, são recomendadas espécies que floresçam em épocas diferentes. Já para espaços maiores, é preciso se atentar para o espaçamento de plantio, que deve ser suficiente para evitar mistura de aromas”, pontua.

Para se beneficiar com os efeitos promovidos pelos aromas das flores nos jardins, a EPAMIG preparou uma lista com as opções mais perfumadas.

Rosa: Muito aromática, exala um perfume harmonioso e conta com uma vasta variedade de espécies, com diversas tonalidades de cor, cada qual com uma caraterística única de perfume. Depende da iluminação solar para abertura de suas pétalas e liberação da essência de seu aroma.

Gardênia: Com flores brancas, o arbusto tem perfume intenso e é exalado durante o dia, nas horas de sol mais forte. Pode ser plantada em áreas de passagem e perto de portas e janelas.

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Jasmim: Exala um aroma levemente adocicado principalmente durante a noite. Dentre as espécies, as mais conhecidas possuem porte grande, geralmente conhecidas como trepadeiras, com necessidade de sol pleno.

Lavanda: Planta herbácea, com flores delicadas na cor roxa, de aroma suave e conhecida por seu efeito calmante. Se adapta a climas temperados.

Dama-da-noite: O aroma das flores brancas exala um perfume muito intenso durante a noite. O arbusto pode ser cultivado em vasos, jardins ou pomares.

A EPAMIG disponibiliza de maneira gratuita uma série de materiais técnicos sobre floricultura. Para fazer o download da cartilha “Flores e Plantas Ornamentais“, clique aqui. A empresa é vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária e abastecimento de Minas Gerais (Seapa)

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