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Experimentos da EPAMIG buscam aprimorar processo de produção de queijos Minas Artesanais na região do Campo das Vertentes

Experimentos da EPAMIG buscam aprimorar processo de produção de queijos Minas Artesanais na região do Campo das Vertentes

Estudos incluem testes com embalagens ativas para a maturação de queijos

(São João del-Rei – 25/8/2020) A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) realiza, na região do Campo das Vertentes, vários experimentos para aprimorar a qualidade na produção e na maturação de queijos Minas Artesanais. Os trabalhos são conduzidos no Centro de Pesquisa e Treinamento em Queijos Artesanais (CPTQA) que funciona no Campo Experimental Risoleta Neves, em São João Del- Rei, e abrangem testes com diferentes ingredientes e controle das condições do ambiente na maturação.

Experimentos da EPAMIG buscam aprimorar produção e maturação de queijos artesanais – Foto Bruno Souza

“Realizamos, com o apoio da Fapemig, experimentos avaliando os efeitos do fermento natural (“pingo”) na maturação; do uso de soro de Kefir como fermento para produção de queijos artesanais; e caracterização dos efeitos da maturação em ambiente com temperatura e umidade controlada nos queijos Minas Artesanais”, conta o pesquisador Daniel Arantes Pereira, responsável pelo Centro de Pesquisa.

Na última semana tiveram inicio os primeiros ensaios de um projeto para avaliar o efeito de uma “embalagem ativa” com permeabilidade seletiva de oxigênio e umidade. No trabalho, coordenado pelo pesquisador Junio Cesar Jacinto de Paula, essa embalagem, que tem o objetivo de prolongar a vida útil do produto e aumentar o seu prazo de prateleira, é combinada com inibidores naturais de fungos e leveduras durante a maturação. “Com essa tecnologia esperamos que a embalagem ativa forneça mais proteção a durante a maturação e ao mesmo tempo favoreça as reações químicas e bioquímicas, típicas da maturação, responsáveis pelo desenvolvimento de aromas e textura característica dos queijos”, explica Daniel Arantes.

De acordo com o pesquisador, a grande maioria, dos queijos artesanais são maturados sem embalagem e em condições ambiente. “Para os produtores, a eficácia da embalagem ativa pode representar diminuição de mão de obra pela redução da demanda por limpezas frequentes das cascas e redução de perdas de produto devido ao crescimento de fungos e leveduras, que causam alteração da aparência e do sabor”, aponta. “Em grande parte dos queijos artesanais mineiros a presença desses microrganismos na casca é considerada como defeito, levando a rejeição do produto pelos consumidores”, completa.

Leia mais: EPAMIG lança manual sobre fabricação de queijo Minas artesanal

Os resultados do projeto servirão como base para a dissertação de Bruno Souza, aluno do Mestrado em Ciência e Tecnologia de Leite e Derivados da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Região do Campo das Vertentes possui tradição na produção de queijos artesanais – Foto Daniel Arantes

Novo impulso

O decreto que regulamenta a produção e comercialização dos queijos artesanais em Minas Gerais, foi assinado no último dia 19 de agosto, pelo governador Romeu Zema. A normatização estimula a diversificação e a variação na produção e maturação de queijos artesanais, desde que sejam atendidas regras sanitárias que garantam a segurança do produto.

O objetivo é valorizar os produtos e a cultura regional, além de melhorar o ambiente de negócios, possibilitando a conquista de novos mercados. Estima-se que cerca de 30 mil produtores de queijos artesanais e empreendedores rurais no Estado serão beneficiados pela medida, muitos deles na região do Campo das Vertentes, que produz leite e queijos desde o período colonial. Confira matéria sobre o decreto.

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