O inseto causa a queda das folhas do cafeeiro gerando prejuízos para os produtores.
(Belo Horizonte, 1/4/2020) A Leucoptera coffeella, conhecida popularmente como bicho-mineiro, está entre as três principais pragas do cafeeiro no Brasil. Constatado no país desde 1860, o inseto da ordem Lepideptera não pode ser erradicado. A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) desenvolveu alternativas de controle que vão desde o monitoramento ao controle químico e biológico.
Na cafeicultura de clima quente, como a do Cerrado, o bicho-mineiro é considerado a principal praga, sendo de difícil controle e de alto custo. Já na cafeicultura de clima ameno, as infestações têm sido insignificantes, com formas simples de controle e de baixo custo. A não existência de cultivar resistente a praga, evidencia a importância do controle anual para se evitar grandes prejuízos. O bicho-mineiro sofre metamorfose completa, passando pelas fases de ovo, lagarta, crisálida e adulta. Os danos são causados pelas lagartas, responsáveis por minar as folhas do cafeeiro. O resultado é a queda total das folhas, algo que não pode acontecer, principalmente no período das floradas.
Durante o período chuvoso, a infestação do bicho-mineiro é considerada baixa, ao contrário do período seco, quando sua infestação evolui de março/abril até setembro. “Confirmamos essa informação com a infestação do bicho-mineiro no período chuvoso de 2019/2020 na cafeicultura de Monte Carmelo, no Cerrado mineiro. Lá as infestações seguem baixas até agora, no início do mês de abril, resultado das intensas chuvas. A partir deste início do período seco a infestação deve evoluir. Ao contrário do Sul de Minas, onde o bicho-mineiro não terá evolução para nível de controle”, explica o entomologista e pesquisador da EPAMIG, Júlio César de Souza.
O principal método de controle do bicho-mineiro é o químico. Nele, são utilizados grupos químicos registrados para a cultura. É importante que se tenha cuidado com as doses utilizadas, com as misturas de ingredientes ativos ou mesmo com a não rotação destes grupos, que podem causar tanto a morte de inimigos naturais, como o aumento de resistência do inseto. No Sul de Minas e na Zona da Mata ocorrem um grande número de inimigos naturais do bicho-mineiro, que auxiliam no seu controle.
A EPAMIG, empresa vinculada a Secretaria de Estado Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), desenvolveu uma cartilha para auxiliar no controle do bicho-mineiro. Para conferir, clique aqui.