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EPAMIG realiza ações para popularizar práticas agroecológicas

EPAMIG realiza ações para popularizar práticas agroecológicas

Público recebe capacitação sobre manejo de pragas e doenças, plantas medicinais e cultivo de hortaliças em pequenos espaços. Pesquisadoras estão otimistas com agenda para 2021

(Belo Horizonte – 21/10/2020) A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) realiza uma série de iniciativas com o objetivo de popularizar práticas agroecológicas. As ações, financiadas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), são focadas em proporcionar alternativas viáveis para a produção de alimentos mais sustentáveis e popularizar práticas de cultivo e uso de plantas medicinais. 

Os projetos, realizados no âmbito do Programa de Pesquisa (PEP) em agroecologia da EPAMIG, são direcionados a famílias agrícolas, estudantes da rede pública de ensino, técnicos e usuários de Unidades Básicas de Saúde (UBS) de municípios mineiros. Segundo a coordenadora do PEP de agroecologia, Madelaine Venzon, a realização de projetos participativos e mais integrados com a sociedade é uma visão que todo pesquisador deve ter.

“A troca de experiências com o público fortalece e auxilia o direcionamento de nossas pesquisas. É uma via de mão dupla. Além disso, é muito importante compartilhar o que produzimos como pesquisadores da EPAMIG, pois a sociedade demanda respostas diretas aos investimentos públicos feitos em pesquisa agropecuária”, destaca Madelaine.

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Na última semana, a EPAMIG publicou três Circulares Técnicas com o balanço de projetos nesse sentido realizados em 2018, 2019 e parte de 2020, antes do início da pandemia de Covid-19. A agenda para 2021 está sendo elaborada e, segundo pesquisadores da empresa, é possível firmar parcerias e agendar visitas.

Manejo de pragas e doenças

Durante as atividades do projeto de popularização de práticas agroecológicas, a temática do manejo sustentável de pragas e doenças despertou a atenção do público. A pesquisadora Madelaine Venzon destaca a alta demanda por modelos de produção agrícola aliados à preservação de recursos naturais e da saúde humana. 

Ainda segundo a pesquisadora, os métodos convencionais de controle de pragas e doenças baseados no uso de agrotóxicos não são sustentáveis. Isso ocorre porque as pragas têm apresentado resistência aos agrotóxicos. Além disso, os produtos químicos atingem outros organismos, como polinizadores e predadores, o que impacta de maneira negativa a própria produção de alimentos e o ecossistema.

A equipe do projeto já realizou 51 eventos com pessoas de 49 municípios diferentes. Nos eventos, com a presença de agricultores e seus familiares, há trocas de informações, visitas, palestras e cursos sobre manejo sustentável de pragas e doenças. Além disso, a equipe atendeu estudantes do ensino fundamental e médio, de escolas urbanas e da zona rural, universitários, extensionistas e pesquisadores.

Quando questionada sobre as próximas ações, Madelaine projeta uma agenda cheia para 2021. A pesquisadora afirma estar firmando parcerias com foco em novos projetos.

“Temos interesse em continuar a parceria com as Escolas Família Agrícola (EFAS) de Minas Gerais. Acreditamos que esse público pode fazer a diferença na adoção das práticas propostas e discutidas. Também, já temos em andamento outros projetos relacionados ao manejo agroecológico de pragas, à instalação de biofábricas e ao aumento de polinizadores em áreas cultivadas via práticas agroecológicas”, pontua Madelaine. 

Plantas medicinais

O Ministério da Saúde publicou uma lista com 71 espécies medicinais de interesse do Sistema Único de Saúde (SUS). O governo de Minas Gerais selecionou 16 espécies para inserir no Programa “Componente Verde”, da Rede Farmácias de Minas, uma estratégia para facilitar o acesso dos usuários do SUS a plantas medicinais in natura, plantas secas, fitoterápicos manipulados e industrializados. Além disso, por meio de políticas públicas e editais, os governos federal e estadual tem incentivado pesquisas com espécies medicinais para fortalecer as cadeias produtivas e os usos terapêuticos dessas espécies.

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De olho nesse cenário, a pesquisadora da EPAMIG, Maira Fonseca, destaca os esforços da empresa de incentivar a produção sustentável de plantas medicinais. Nesse sentido, a pesquisadora conta que nos últimos dois anos houve capacitação para mais de 500 pessoas, entre elas estudantes universitários, de escolas família agrícola, de instituições técnicas agrícolas, agricultores, extensionistas e agentes de saúde. 

Quando se trata de plantas medicinais, Maira afirma que a troca de saberes entre o conhecimento tradicional e o científico é bastante rica. Durante os eventos, são abordados temas como a importância da identificação correta das plantas, os sistemas de cultivo mais adequados, os usos de boas práticas agrícolas, os cuidados durante a colheita e os métodos de secagem, embalagem e armazenamento.

“A EPAMIG tem contribuído para o desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias de cultivo, colheita e pós-colheita para várias espécies medicinais. Assim, é possível disponibilizar plantas medicinais de qualidade para a população e conservar a biodiversidade e o meio ambiente”, ressalta Maira. 

Cultivo de hortaliças em pequenos espaços

Outro curso oferecido é o de cultivo de hortaliças em pequenos espaços. De acordo com a pesquisadora da EPAMIG, Wânia Neves, o curso surgiu para atender o público interessado na produção de alimentos mais saudáveis, aumento da renda familiar e inclusão social. 

A atividade já foi oferecida a agricultores e moradores de comunidades rurais, estudantes do ensino fundamental, crianças e adolescentes atendidos pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) e pela Associação de Proteção e Assistência Social (Apas), além de grupos de pessoas da terceira idade. 

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Segundo Wânia Neves, o público aprendeu a classificar hortaliças, escolher bons locais e recipientes para plantio, identificar épocas ideais para cultivo e os modos corretos de adubação, irrigação e colheita. 

“Para o ano que vem já temos um projeto do CNPq aprovado, também de popularização de práticas agroecológicas. Já estou divulgando para as escolas algumas atividades e possibilidades para atender alunos que não tem acesso à internet. Estamos animadas”, projeta Wânia.

A EPAMIG é uma empresa vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária e abastecimento de Minas Gerais (Seapa)

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