(Belo Horizonte – 25/7/2023) A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e o Instituto Fraunhofer da Alemanha, oficializaram na última segunda-feira, 24 de julho, parceria para o desenvolvimento de projetos pilotos para a geração de energia fotovoltaica em associação com atividades agrícolas.
O projeto, inclui a construção de três unidades pilotos para validação dos métodos e desenvolvimento de modelos de negócio e proposta de regulação. O produto final será uma metodologia para implantação de Sistemas de Produção Integrada de Energia Elétrica e Alimentos – Sistema Agrivoltaico – em Minas Gerais, e vai considerar métodos de plantio, criação pecuária, desenvolvimento de pastagens e uso eficiente de água, na elaboração de estruturas de suporte dos módulos fotovoltaicos.
“Produzir alimentos e energia elétrica em um mesmo local é algo realmente inovador. Nesta fase inicial, estamos instalando unidades pilotos nos campos experimentais da EPAMIG para testar culturas variadas em diversos arranjos e assim chegarmos a tecnologias adaptadas às condições de clima e solo para serem transferidas aos agricultores das diferentes microrregiões de Minas Gerais”, assegura o diretor de Operações Técnicas da EPAMIG, Trazilbo de Paula, um dos coordenadores do projeto.
Minas Gerais tem a maior potência instalada de energia fotovoltaica do país, respondendo por 22,37% do total em operação na modalidade. Além da grande extensão territorial, o Estado tem também atuação relevante no agronegócio, que responde por 22,6% do PIB local, ocupando o primeiro lugar nacional em produção e exportação de café e de leite e posição de destaque em muitas outras culturas. “Atualmente as duas atividades são realizadas de forma separada, onde se instala as usinas fotovoltaicas não se realizam atividades agropecuárias e onde há culturas e pastagens não se instalam painéis fotovoltaicos”, afirma a pesquisadora da EPAMIG, Polyanna Oliveira.
“O Agrivoltaico é a forma de instalação de usinas fotovoltaicas que permite o uso conjunto com atividades agropecuárias. Um projeto como este, coloca a EPAMIG e seus parceiros na vanguarda tecnológica dentro do cenário nacional”, prossegue Polyanna, que destaca também o potencial de aplicabilidade dessa tecnologia. “Minas Gerais vivencia um crescimento exponencial junto ao setor, que por si só, é o que mais cresce no Brasil. Como é um estado com agropecuária variada e pujante, é justificável a maior quantidade de instalações fotovoltaicas na sua zona rural”.
Perspectivas
A Cemig, principal distribuidora de energia elétrica em Minas Gerais é uma das parceiras do projeto. “O programa de investimento em novas energias é uma diretriz do Estado. Nossa intenção é nacionalizar o que já foi alcançado para estabelecer a produção de energia consorciada com a produção de alimentos. Aumentaremos a conexão do ecossistema com os produtores rurais médios e pequenos, dando condições para que estes aumentem também a competitividade de mercado”, garante Carlos Alberto de Sousa, pesquisador de “P&D”, Inovação e Transformação – DEA/IT da Companhia.
Outro parceiro é o Instituto Fraunhofer, instituição de pesquisas aplicadas sem fins-lucrativos, que já apoia projetos semelhantes em outros países, como por exemplo, no Chile. “O Brasil tem enorme potencial para o desenvolvimento desse projeto e essa é nossa motivação. Juntos poderemos levar a energia agrivoltaica para todo país”, avalia o chefe do escritório de representação do Instituto Fraunhofer no Brasil, Rodrigo Pastl.
O Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações também integra o projeto. “O CPQD é um importante parceiro que contribuirá para o êxito da execução do projeto em função da expertise na área de telecomunicações e em desenvolvimento de projetos P&D ANEEL”, afirma a pesquisadora Polyanna Oliveira.
