(Juiz de Fora, 5/5/2016) A EPAMIG vai realizar no próximo dia 12, quinta-feira, a soltura de 30 mil alevinos da espécie curimba (Prochilodus lineatus) no rio Pomba, município de Dona Euzébia, na região da Zona da Mata (MG). O peixamento é feito para repovoar os rios da Bacia do Paraíba do Sul e, assim, minimizar a redução dos estoques de espécies nativas e dar mais garantia às populações ribeirinhas e aos pescadores de que haverá peixe no futuro.
A soltura dos peixes será feita por cerca de 70 crianças de 5ª séries das escolas de Dona Euzébia, que também vão participar de palestras sobre educação ambiental e a importância de preservação dos rios. Segundo o pesquisador da EPAMIG, Alexmiliano Vogel de Oliveira, a construção de usinas hidrelétricas ao longo dos rios limita a livre movimentação dos peixes nativos migratórios, reduzindo o acesso a áreas fundamentais de reprodução.
“Esses obstáculos causam desequilíbrio na estrutura das populações de peixes nativos migratórios e, em longo prazo, podem até provocar seu desaparecimento. A falta de novos recrutamentos de indivíduos jovens aptos à reprodução contribui ainda mais com o acentuado declínio das populações dos peixes em nossos rios. Como exemplo, cito o trabalho de transposição de peixes realizados pela UHE Barra do Braúna, no município de Recreio, que em cinco anos de trabalho, conseguiu capturar apenas um exemplar de piabanha, espécie de peixe nativa ameaçada de extinção e que nos anos 1950 era abundante na bacia do Rio Paraíba do Sul”, ressalta.
O peixamento é fruto de convênio entre a EPAMIG e a usina hidrelétrica Barra do Braúna energéticas, que mantém usinas hidrelétricas na região da Zona da Mata. A empresa financiou infraestrutura para o setor de piscicultura no Campo Experimental de Leopoldina (CELP), que pertence à EPAMIG, para a produção de alevinos de espécies nativas da bacia do rio Paraíba do Sul.
A EPAMIG já submeteu outros projetos de pesquisa aos órgãos financiadores que também contemplam peixamentos nos rios da bacia do rio Doce, como forma de minimizar os impactos causados pelo rompimento da barragem da mineradora Samarco, em Mariana. Para lá, a princípio, serão replicadas quatro espécies nativas de peixes (curimba, grumatã, piau-branco e piau-vermelho, todos de valores socioeconômicos) para recuperação de 853 quilômetros de rios, que banham Minas Gerais e Espírito Santo.
Estação modelo de piscicultura
Desde 2010 a EPAMIG tem atuado na produção de alevinos. A estação de piscicultura em Leopoldina funciona como unidade modelo para pesquisas e produção. Possui um galpão com sistema montado de recirculação de água, além de laboratório, depósito e alojamento. O sistema é constituído de 21 caixas d’água de cultivo de peixes de mil litros cada uma e um biofiltro que funciona baseado em processos mecânicos e biológicos de filtragem. São 71 viveiros escavados utilizados nas mais diversas pesquisas e atividades em piscicultura. O laboratório de reprodução conta com quatro tanques de alvenaria para manipulação das matrizes e reprodutores, e 14 incubadoras.
Entre os benefícios previstos com os trabalhos de reprodução de espécies nativas e repovoamento dos rios estão a geração de renda para os produtores rurais, que terão a piscicultura como nova oportunidade de trabalho, a possibilidade de enriquecimento alimentar das populações ribeirinhas de baixa renda, o estímulo à pesca esportiva e o fim da pesca predatória de peixes durante a piracema.
Serviço:
Local do peixamento:
Rua Manoel Ferreira Spindola, 2.406, centro – Dona Euzébia (MG)
(Almoxarifado de veículos da Prefeitura Municipal)
Crédito das fotos: Divulgação EPAMIG