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EPAMIG destaca boas práticas de ordenha para produção de queijos artesanais

EPAMIG destaca boas práticas de ordenha para produção de queijos artesanais

Cartilha disponível para download gratuito chama atenção para cuidados com doenças e condições de higiene nos locais de ordenha

(Belo Horizonte – 17/2/2021) A qualidade do leite é um dos principais desafios do setor de laticínios e é fator crucial para a qualidade de queijos artesanais produzidos com leite cru. A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) trabalha com difusão de tecnologias e orientações técnicas para auxiliar produtores a vencer esse desafio. As instruções e os cuidados para produzir leite de boa qualidade estão reunidos em uma cartilha gratuita disponibilizada no site da empresa (clique aqui)

Segundo a pesquisadora da EPAMIG, Cristiane Viana, os principais fatores que alteram a qualidade do leite são presença de colostro, leite proveniente de vaca com mastite e falta de higiene na ordenha e nos equipamentos. Nesse sentido, a pesquisadora destaca práticas simples capazes de contribuir para a melhoria da qualidade do leite.

“O produtor precisa estar atento ao manejo adequado dos animais durante a ordenha, assim será possível detectar sinais de doenças como a mastite. Além disso, é necessário fazer a limpeza correta do úbere e lavagem das tetas. Cuidados na higienização e na manutenção dos equipamentos são igualmente essenciais. A qualidade do leite é um bom indicativo da saúde do rebanho e da higiene do sistema de produção. E as indústrias de laticínios já estão pagando mais por isso”, destaca Cristiane.

A mastite está entre as principais enfermidades de rebanhos leiteiros no mundo. A doença pode reduzir a produção de leite de uma vaca em até 20% ou, em alguns casos, causar perda total da capacidade secretora da glândula mamária. 

Ainda segundo Cristiane Viana, a contagem de células somáticas (CCS) do leite total produzido pelo rebanho é um importante indicativo de mastite. A pesquisadora explica que um rebanho com baixa CCS apresenta menores perdas na produção e produz leite com melhor qualidade. O resultado é a redução no uso de antibióticos para tratamento da mastite, o que reduz o risco de contaminação do leite com resíduos.

“O Brasil tem apresentado muitos avanços em relação à qualidade do leite produzido. Os programas de prevenção e controle da mastite são baseados em práticas de manejo na ordenha, com ênfase na desinfecção dos tetos pós-ordenha, utilização correta do equipamento, antibioticoterapia terapêutica e profilática, segregação ou descarte de animais persistentemente infectados”, conclui Cristiane.

Além da mastite, outras duas doenças têm que estar no radar dos produtores de leite e queijo: a tuberculose e a brucelose. Para o controle, o governo brasileiro mantém programas de diagnóstico e de vacinação que o produtor precisa seguir à risca para garantir a saúde do rebanho. 

Cuidados no local da ordenha

Um queijo de boa qualidade é, sobretudo, aquele produzido com leite de boa qualidade. A cartilha do produtor de leite “Boas Práticas da Ordenha”, publicação da EPAMIG disponibilizada para download gratuito, traz orientações técnicas observáveis para diminuir a carga microbiana do leite. . 

De acordo com o pesquisador da EPAMIG, Junio de Paula, um leite de boa qualidade é aquele que não apresenta riscos para saúde humana, tem um bom rendimento e dá origem a produtos com durabilidade. Sem essas características, o leite tem baixo valor e a indústria terá prejuízos que serão divididos com o produtor.

Uma vez dada a atenção a possíveis doenças do rebanho, é necessário cumprir uma série de requisitos sanitários durante a ordenha. Para começar, o local deve ser arejado e com boa ventilação. O piso deve facilitar o escoamento de água e a instalação deve dispor de torneiras com água potável, sabão, toalhas de papel em local acessível.

O local de ordenha deve ser limpo todos os dias. É preciso remover o esterco e demais sujeiras para evitar a proliferação de moscas e outros insetos. Além disso, todo o lixo deve ser descartado em recipientes apropriados. Outros animais, como gatos, cachorros, patos, galinhas e porcos, não são bem vindos nos espaços de ordenha.

Higiene do ordenhador

O pesquisador ainda destaca que não adianta observar apenas cuidados de higiene no local de ordenha sem se atentar para as condições de higiene do ordenhador. O profissional precisa manter as unhas cortadas e limpas, não fumar durante a ordenha, usar touca ou boné para evitar queda de cabelos no leite, lavar as mãos e braços antes de iniciar os trabalhos e sempre que sujá-los. Esses cuidados são importantes tanto para ordenha manual quanto para ordenha mecânica. 

Mais orientações para produtores de queijos artesanais

Os queijos artesanais são parte da tradição gastronômica e cultural de Minas Gerais, além de importantes ativos na economia de diversas famílias e municípios. Para uma produção de queijos de qualidade é necessário acompanhar todo o processo, desde a sanidade do rebanho até as condições de maturação e armazenamento dos queijos.

O Instituto de Laticínios Cândido Tostes (ILCT), vinculado à EPAMIG, possui um site com o objetivo unificar acessos a notícias, publicações, cartilhas, livros, conteúdos técnicos e eventos promovidos pelo setor laticinista em Minas Gerais. Além disso, produtores de leite e queijo têm acesso facilitado a chats para tirar dúvidas por meio do site. O endereço é www.epamig.br/ilct/ilctvirtual/.

A EPAMIG é uma empresa vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa). 

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