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EPAMIG define ações para retomada das atividades agropecuárias em Brumadinho e região

EPAMIG define ações para retomada das atividades agropecuárias em Brumadinho e região

Primeiras ações, com cronograma para 2021, contemplam as áreas de olericultura, floricultura, piscicultura e bovinocultura

Foto: Divulgação Semad MG

(Belo Horizonte – 12/2/2021) A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) definiu ações que serão realizadas ainda este ano para a retomada das atividades agropecuárias em Brumadinho e região. Na última semana, o grupo de pesquisadores e técnicos agrícolas contratados por meio de um termo de acordo entre a Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) e a Vale apresentou uma lista de projetos de intervenção nas áreas de olericultura, floricultura, piscicultura e bovinocultura.

Para definir os projetos que serão executados a curto prazo, a EPAMIG visitou os municípios mineiros afetados pelo rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, em 25 de janeiro de 2019. Com o auxílio das visitas, e após reuniões com instituições parceiras, a EPAMIG levantou as necessidades de pesquisas e de transferências de tecnologias para recuperar o potencial competitivo da região de Brumadinho e oferecer novas fontes de renda para as famílias do Vale do Paraopeba.

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De acordo com o Diretor de Operações Técnicas da EPAMIG, Trazilbo de Paula, a execução das ações envolve parcerias da EPAMIG com instituições privadas, associações de produtores, órgãos municipais e estaduais. Segundo ele, todos os projetos propostos são plenamente executáveis e os resultados esperados são promissores.  

“A grande característica das ações que vamos realizar é a praticidade. São ações que respondem as necessidades dos agricultores da região, tudo de forma integrada e pensado para o dia a dia das propriedades agrícolas. Os projetos vão envolver os pesquisadores e técnicos recém-contratados, mas também pesquisadores efetivos da EPAMIG”, destaca Trazilbo de Paula.  

Para a chefe da EPAMIG Centro-Oeste, Juliana Simões, a atuação da empresa será pautada no diálogo e na troca de saberes entre pesquisadores e agricultores. O objetivo, de acordo com Juliana, é fazer com que a população local volte a usar de maneira adequada os recursos naturais que serão recuperados. 

“Uma das técnicas que vamos utilizar será a implantação de Unidades Demonstrativas nos municípios, sempre com respeito à diversidade dos agricultores e suas propriedades, bem como às tradições locais de clima, solo e culturas”, comenta Juliana Simões.

Olericultura e floricultura

Grande parte dos projetos para retomada das atividades agropecuárias em Brumadinho e região está concentrada nas áreas de olericultura e floricultura. No total, nove ações práticas vão estimular a produção sustentável de flores, hortaliças e plantas medicinais em municípios da bacia do rio Paraopeba. O cronograma prevê finalização das atividades até dezembro de 2021.

Uma das ações consiste na produção de biofertilizantes por meio da vermicompostagem de resíduos orgânicos, restos de plantas e esterco bovino. O objetivo do projeto é capacitar agricultores para produção de biofertilizantes, sempre de acordo com os requisitos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O produto poderá ser utilizado em cultivos e adubos.

Outras ações estão concentradas na elaboração de um plano estratégico para o manejo ecológico de pragas na produção de hortaliças, flores e plantas medicinais por agricultores familiares locais. Além disso, a EPAMIG e empresas parceiras vão trabalhar cultivos consorciados de hortaliças, plantio de flores comestíveis e ornamentais, e incentivar produções hidropônicas na região.

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De acordo com a pesquisadora, Juliana Simões, a realização de eventos será uma forma de promover, socializar e fortalecer as conquistas proporcionadas pelas ações. “Em eventos como ‘Dias de Campo’, vamos trabalhar ações mais técnicas da produção. Já em ‘Eventos Culturais Gastronômicos’, vamos promover o consumo dos produtos em suas formas diversas, sempre com respeito aos valores da comunidade”.

Piscicultura

A difusão da tecnologia de produção de peixes em Brumadinho e região está no plano de ações desenvolvido pela EPAMIG. O objetivo é integrar a criação de peixes ao cultivo de hortaliças em sistemas de otimização do uso da água. 

O potencial de produção de peixes em municípios do Vale do Paraopeba foi afetado pelo rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão. A possibilidade de transição para sistemas integrados, além de contribuir com a retomada da atividade piscícola, colabora com o acesso e a comercialização de alimentos saudáveis, seguros e sustentáveis.

Pecuária bovina leiteira

O incentivo à produção de leite em Brumadinho e região está nos planos da EPAMIG. A empresa vai conduzir um projeto de controle e monitoramento do desempenho técnico, econômico e ambiental de propriedades dedicadas à produção leiteira em sete municípios da bacia do rio Paraopeba. 

Para realizar essas ações, a empresa vai implantar o aplicativo GERCAL que auxilia no controle de custos da pecuária bovina leiteira em propriedades rurais. Além disso, a EPAMIG fará uso de metodologias já consolidadas no estado, como o Indicador de Sustentabilidade de Agroecossistemas (ISA) e o Índice de Atualização Tecnológica (IAT). O objetivo, segundo pesquisadores da empresa, é identificar pontos fortes e fracos, bem como os gargalos tecnológicos e não tecnológicos dos diferentes sistemas de produção de leite na região.

Todas as ações serão divulgadas nos canais de comunicação da EPAMIG ao longo dos meses. A empresa é uma vinculada da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa).

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