Dia de campo no Cerrado Mineiro marcou o encerramento de módulo ministrado pela pesquisadora Madelaine Venzon em curso do BDMG
(Belo Horizonte – 14/11/2024) Pesquisadores da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) apresentaram, no fim do mês de outubro, a tecnologia de implantação de corredores ecológicos multifuncionais para auxiliar no controle biológico de pragas na cafeicultura, em dia de campo, realizado na propriedade do Grupo Guima Café, em Varjão de Minas (Cerrado Mineiro).
O evento encerrou o módulo Manejo Biológico de Pragas e Doenças para a Cafeicultura Regenerativa, que integra a Capacitação em Agricultura Regenerativa para o Café, promovida pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), com realização do Grupo de Agricultura Sustentável (Gaas). O curso tem entre os professores a pesquisadora da EPAMIG Madelaine Venzon.
“Escolhemos a Fazenda do Guima Café que foi a primeira a implantar a tecnologia”, destaca Madelaine. A pesquisadora explica que os corredores ecológicos multifuncionais consistem no plantio de determinadas espécies de árvores e arbustos perenes em corredores dentro e próximos a cafezais.
“Alguns critérios devem ser considerados na escolha das árvores e arbustos que farão parte dos corredores ecológicos. É preciso que estas plantas tenham características que atraiam os inimigos naturais das pragas do café e forneçam alimentos para esses insetos (pólen e néctar) e abrigo. A opção é por plantas perenes para que o produtor não fique replantando todo ano”, acrescenta.
Os estudos básicos, obtidos nas pesquisas realizadas pela EPAMIG, indicam que cada corredor ecológico deve ficar a uma distância máxima de 40 metros um do outro para terem efeito positivo no combate às pragas. Algumas espécies essenciais para a implantação foram identificadas ao longo do trabalho, são elas: ingá (árvore), erva baleeira (arbusto), fedegoso (árvore) e um arbusto, semelhante ao fedegoso, que a equipe chama de fedegosinho.
Unidades Demonstrativas
O projeto, que indica o plantio de determinadas espécies de árvores e arbustos perenes em corredores dentro e próximos a cafezais, conta com 10 unidades demonstrativas no Cerrado Mineiro e quatro na Zona da Mata. No Cerrado Mineiro, a implantação dessas unidades ocorreu em 2021.
A propriedade do Guimá Café, pertencente ao Grupo BMG, investe em sustentabilidade e produção de bebidas especiais desde 2018, e foi a primeira a aderir ao trabalho colaborativo. “Para nós do Guima Café, isso valoriza muito a nossa fazenda, a nossa agricultura. É um modelo que a gente vem adotando já há bastante tempo. E essa parceria com o EPAMIG é fundamental para isso, começou lá atrás e nós vamos manter como um modelo da nossa agricultura”, o diretor agrícola afirma Bruno Siqueira Sampaio.
O supervisor de produção do Guima Café Ricardo Vitor de Oliveira diz que já está sendo possível comprovar em campo os benefícios dos corredores implantados. “Isso é o mais gratificante, quando a gente consegue ir monitorando o desenvolvimento. É uma alegria participar de um projeto tão importante, tão bem estruturado, em busca de novos caminhos para a nossa agricultura”.
“No dia de campo pudemos ver e demonstrar os resultados, trazendo o pessoal para conhecer o nosso manejo, que é um manejo regenerativo”, complementa Vinícius Nogueira de Moura, também supervisor de produção do Guima Café.
Na próxima semana, a pesquisadora da EPAMIG Madelaine Venzon vai abordar o tema práticas regenerativas na agricultura em três diferentes eventos. Na segunda-feira e na terça-feira, em Santo Antônio do Amparo, durante o encerramento do Programa Além das Fronteiras da Sancoffee Brasil (dia 18, às 18h) e no Encontro de Práticas Regenerativas na Fazenda Campo Alegre (19/11 às 9h), e nos dias 20 e 21, durante a Semana Internacional do Café, em Belo Horizonte.