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Enólogo da EPAMIG é convidado para viagem técnica ao Chile

Enólogo da EPAMIG é convidado para viagem técnica ao Chile

Especialista visitou quatro regiões do país para aprofundar conhecimentos sobre a influência das barricas de madeira na composição de vinhos

Grupo de enólogos convidados para imersão no Chile. Foto: Lucas Amaral/Epamig

(Caldas – 27/10/2023) Com o objetivo de expandir os conhecimentos sobre a importância das barricas de madeira na vitivinicultura, o enólogo da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), Lucas Amaral, integrou uma comitiva de especialistas em viagem técnica ao Chile. Durante seis dias, o grupo visitou quatro regiões do país para degustar mais de 110 vinhos e acompanhar a produção de barricas em uma tanoaria.

A imersão ocorreu a convite da Nadalié Tonnellerie, empresa francesa que produz barricas de carvalho e possui sede no Chile, e da Amazon Group, empresa brasileira que vende insumos enológicos e é uma das revendedoras da Nadalié. As marcas custearam a viagem de Lucas, que representou Minas Gerais, e de outros enólogos vindos de São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A imersão ocorreu entre os dias 24 e 29 do último mês.

O grupo de enólogos iniciou a viagem em Santiago, onde fica a sede da Nadalié, e visitou a fábrica da marca para acompanhar todo o processo de fabricação de uma barrica de madeira, da tosta à montagem final. Nos dias seguintes, partiram rumo às regiões de Vale Casablanca, Maipo e Colchagua, onde visitaram cerca de 10 vinícolas locais e puderam degustar centenas de vinhos que estagiaram em barricas produzidas pela empresa francesa.

“Foi uma oportunidade para conversar e aprender o que cada tipo de madeira transfere para um vinho e como influencia as características da bebida”, conta Lucas, que completa: “A barrica é um componente da vitivinicultura que nos permite maturar o vinho e deixá-lo mais macio. Cada vinho é único e demanda uma madeira específica e adequada, que não pode se sobressair nem esconder o sabor da bebida. A madeira deve agregar ao vinho”.

Foto: Diego Vargas/SEAPA

Micro-oxigenação

Lucas Amaral lembra que nem todo vinho passa por barricas de madeira, e que o procedimento geralmente é reservado a uvas que possuem maior maturação e maiores concentrações de compostos fenólicos, como mais tanino, e teor alcoólico mais elevado.

“Nesses casos precisamos arredondar o vinho para que fique mais elegante, digamos. E esse processo ocorre por meio da micro-oxigenação, que é quando o oxigênio adentra as barricas e, aos poucos, vai oxidando os compostos do vinho, deixando-o mais macio e passando algumas notas para a bebida, como de café, baunilha, chocolate e outras”, detalha. Ele lembra que o vinho Syrah Gran Reserva da EPAMIG, lançado este ano, maturou em barricas de carvalho francês Marsannay (linha da Nadalié) durante 12 meses.

O enólogo na Vinícola Experimental da EPAMIG, em Caldas. Foto: Diego Vargas/SEAPA

Barricas feitas com madeiras brasileiras

Segundo o enólogo, há diferentes tipos de bosques que oferecem madeiras variadas para a produção de barricas, sendo que a maioria se encontra na França e nos Estados Unidos. “Se a ideia é produzir um vinho mais potente, podemos utilizar uma madeira mais queimada, de um vale mais robusto. Se vamos produzir um vinho mais delicado, aí usamos uma madeira mais elegante, com porosidade mais fina e com uma torra menor”, explica Lucas.

O enólogo destaca ainda que os conhecimentos adquiridos vão auxiliar nas pesquisas que a EPAMIG tem conduzido sobre barricas feitas a partir de madeiras brasileiras. “Foi uma experiência muito enriquecedora, porque tive acesso a novas informações para selecionar as barricas adequadas para determinados perfis de vinhos que vamos produzir na Vinícola Experimental da EPAMIG. Isso também vai auxiliar bastante em nossas pesquisas com uso de madeiras brasileiras, como Amburana, Castanha do Pará e Jequitibá Rosa”, finaliza Lucas.

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