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Ciclo de Debates discute alternativas para o fortalecimento da agropecuária

Ciclo de Debates discute alternativas para o fortalecimento da agropecuária

(1º/12/2017) Produtos tradicionais e inovações da agropecuária mineira foram o tema do Ciclo de Debates “Produtos Especiais dos Campos de Minas: as tecnologias e os mineiros em destaque”, promovido pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais, nos dias 30 de novembro e 1º de dezembro.

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O evento, que reuniu produtores rurais, pesquisadores, agentes públicos, representantes do setor da gastronomia e demais interessados, buscou demonstrar como a tecnologia atua na agregação de valor a produtos como café, queijo e mel e possibilita o surgimento de novos itens como vinhos finos e azeites com terroir mineiro.

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Na manhã desta sexta-feira (1º), o presidente da EPAMIG, Rui da Silva Verneque, ministrou a palestra magna: “Produção agropecuária e responsabilidade ambiental”. Na oportunidade Rui, que também é pesquisador e produtor rural, enumerou desafios e oportunidades para as atividades agrícolas e de pecuária em um cenário que demanda uma maior produção de alimentos com redução do uso de produtos químicos.

“É perceptível o crescimento da produção agropecuária ao longo dos últimos anos, apesar das crises hídricas, climáticas e financeiras. A tecnologia é o fator mais importante na explicação deste crescimento. O desafio, agora, é o desenvolvimento sustentável”, avaliou o presidente da EPAMIG, citando alguns sistemas difundidos pela Empresa, como as hortas agroecológicas circulares, que utilizam a água da chuva para a irrigação de hortaliças e o uso da palma forrageira para a alimentação do gado no semiárido; o Sistema de Integração Lavoura, Pecuária e Floresta; o reuso da água da lavagem do café em outros processos; e o Sistema de Indicadores de Sustentabilidade em Agroecossistemas (ISA).

Também nesta sexta-feira, o coordenador do Programa Estadual de Pesquisa Vitivinicultura da EPAMIG, Murillo Alburquerque Regina participou do painel “Vinhos de Minas”, junto com o produtor Eduardo Junqueira Nogueira Júnior e do consultor Júlio Anselmo de Sousa Neto. Murillo falou sobre o desenvolvimento da técnica da dupla poda e inversão do ciclo produtivo da videira, que está possibilitando a produção de vinhos finos no Sudeste Brasileiro. “Para se produzir vinhos finos de qualidade é preciso combinar dias ensolarados, noites frias e solo seco. Características do Sul de Minas entre meses de maio e agosto. Com a inversão do ciclo, a uva amadurece no mesmo período do café”, explicou o pesquisador.

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Murillo também destacou a atuação da Vinícola Experimental da EPAMIG em Caldas como incubadora de marcas de vinho em Minas e São Paulo, que utilizam a técnica e já estão se destacando no mercado e em premiações nacionais e internacionais. É o caso do vinho Maria Maria, produzido com uvas da Fazenda Capetinga de Três Pontas e  processado, na vinícola da EPAMIG. Proprietário da marca, Eduardo Júnior, contou sobre a experiência de investir em outras culturas além do café. “Sou a quinta geração de uma família de cafeicultores. Fomos pioneiros em cafés especiais, trigo, soja e alface americana no Sul de Minas e agora na produção de uvas para vinhos finos”, destacou. O Bel Sauvignon Blanc 2015 da marca conquistou medalha de bronze no prêmio Decanter World Wine Awards 2017, realizado em Londres. Já o Syrah  foi premiado, recentemente, em um concurso realizado no Rio de Janeiro.

Na quinta-feira (30), o pesquisador da EPAMIG Adelson de Oliveira participou do painel “Azeite de Oliva”. Precursor dos estudos sobre oliveira no país,  Adelson falou sobre as pesquisas pioneiras para cultivo de oliveira, produção de azeites de qualidade e desenvolvimento de cultivares adaptadas às características da Serra da Mantiqueira, em debate com a participação do presidente da Associação dos Olivicultores dos Contrafortes da Mantiqueira (Assoolive), Nilton Caetano de Oliveira, a azeitóloga Ana Beloto e do gestor do Projeto Aproxima, Eduardo Maya.

“A oliveira é um produto agrícola com alto valor agregado e com grande potencial para crescimento, uma vez que o Brasil é o terceiro maior importador mundial de azeite e o segundo de azeitonas”, explicou Adelson. O pesquisador também falou sobre o azeite de abacate “que além de proporcionar inúmeros benefícios quando incluído na alimentação, pode ser uma alternativa para os produtores na entressafra da oliveira”, explicou.

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