Edição 2021 do Decanter World Wine Awards premiou vinhos de Minas Gerais e São Paulo com medalhas de prata e bronze
(Belo Horizonte – 14/7/2021) Os vinhos do Sudeste brasileiro estão cada vez mais presentes nos pódios de concursos internacionais. Na última semana, o Decanter World Wine Awards (DWWA), maior e mais influente concurso de vinhos do mundo, anunciou os vencedores de 2021. No total, 14 rótulos de Minas Gerais e de São Paulo conquistaram medalhas, sendo três de prata e onze de bronze. Além do reconhecimento dos jurados mais exigentes do mundo, os prêmios são verdadeiras vitrines para os vinhos da região Sudeste do Brasil.
A edição 2021 do Decanter Awards avaliou 18.094 rótulos provenientes de 56 países. Durante mais de duas semanas de degustações às cegas, um time de 170 especialistas do mundo do vinho foi responsável por pontuar cada uma das garrafas.
O sistema de notas varia de 50 a 100 pontos. Para conquistar medalha de ouro, um vinho precisa receber nota superior a 95 pontos. Para obter a prata, um vinho deve receber uma pontuação entre 90 e 94 pontos. Já para a medalha de bronze, um vinho precisa ser pontuado entre 85 e 89 pontos.
Neste ano, entre os melhores vinhos do Sudeste do Brasil no DWWA estão dois rótulos da Vinícola Ferreira, localizada na Mantiqueira paulista, e um rótulo da Vinícola Maria Maria, do Sul de Minas, todos com medalha de prata (veja a imagem a seguir).
Segundo o empresário da marca Maria Maria, Eduardo Nogueira Neto, os vinhos premiados são provenientes de dupla poda, tecnologia difundida no Brasil pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) no início dos anos 2000. A marca foi premiada em quatro dos últimos cinco concursos DWWA, feito que revela a qualidade de um trabalho bem feito, de acordo com Eduardo.
Para o futuro, o empresário pretende aumentar o número de garrafas produzidas para adentrar em novos mercados. Além disso, Eduardo deseja explorar ainda mais o ‘terroir’ do Sul de Minas e, para isso, prevê o plantio de novas variedades de uvas na fazenda a fim de diversificar a oferta de vinhos mineiros. Para ele, o papel da EPAMIG foi fundamental para a consolidação da marca no mercado vitivinícola.
“A EPAMIG foi de fundamental importância para os primeiros passos da marca Maria Maria. Primeiro por conta da tecnologia da dupla poda, que nos ofereceu um modo de produção viável para os nossos vinhos finos no Sul de Minas Gerais, e também pelo fato de a empresa ter contribuído de maneira direta nas nossas primeiras vinificações. Sem os profissionais, as estruturas de laboratório e as pesquisas da EPAMIG nós não teríamos realizado nossas primeiras safras”, destaca Eduardo, que hoje possui vinícola própria.
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A Vinícola Barbara Eliodora, também localizada no Sul de Minas, recebeu medalha de bronze no DWWA 2021. Os vinhos da marca são produzidos a partir da técnica da dupla poda e vinificados na EPAMIG de Caldas (MG). O sócio proprietário, Guilherme Bernardes Filho, enfatiza que a marca possui apenas duas safras produzidas e disponibilizadas no mercado, ambas premiadas.
O empresário se prepara para o enoturismo após as restrições causadas pela pandemia de Covid-19. “Estamos construindo nossa recepção, loja e restaurante. A previsão de inauguração é para o início do ano que vem. Começaremos a etapa das visitações, degustações e, assim, abriremos nossa vinícola para que as pessoas possam conhecer onde nascem nossas uvas e como são feitos nossos vinhos”, projeta Guilherme.
Vinhos finos no Sudeste brasileiro
O início da produção de vinhos finos no Sudeste foi possível graças aos trabalhos da EPAMIG. Há cerca de 20 anos, no município de Caldas (MG), o Núcleo Tecnológico de Uva e Vinho da EPAMIG implantou a tecnologia da dupla poda. Hoje, é possível colher na região uvas sadias, de maturação plena, com mais aroma e concentração de cor, o que contribui para o incremento da qualidade de vinhos apreciados dentro e fora do país.
A dupla poda consiste na inversão do ciclo produtivo da videira, que altera para o inverno o período de colheita das uvas destinadas à produção de vinhos. “O método consiste, ainda, na realização de duas podas, uma de formação dos ramos no mês de agosto, e outra de produção no mês de janeiro”, destaca o ex-pesquisador da EPAMIG, Murillo de Albuquerque Regina, responsável por desenvolver a ideia no Brasil.
A EPAMIG é uma empresa vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa).