Materiais fazem parte de série de cartilhas sobre hortaliças PANC já publicadas pela empresa de pesquisa agropecuária
(Belo Horizonte – 15/6/2021) A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) disponibilizou ao público mais duas cartilhas sobre modos de cultivo, preparos e valores nutricionais de plantas alimentícias não convencionais (PANC). Os temas da vez são o mangarito e a taioba, hortaliças muito utilizadas na culinária tradicional.
Os materiais estão disponíveis para download gratuito no site da empresa (clique aqui para baixar a cartilha sobre taioba e aqui para baixar a cartilha sobre mangarito).
A pesquisadora da EPAMIG, Maria Regina Miranda, conta que as hortaliças PANC estão voltando aos poucos aos pratos dos brasileiros depois de um tempo esquecidas nos cultivos comerciais e desconhecidas pelos mais jovens. Segundo a pesquisadora, além de nutritivas, as hortaliças não convencionais são opções de renda para os agricultores familiares.
A EPAMIG atua no resgate e incentivo ao plantio e consumo dessas hortaliças desde 2009. As duas novas cartilhas compõem uma lista de publicações já disponíveis para o público no site da empresa. Mangarito e taioba se juntam à hortaliças como araruta, fisalis, ora-pro-nobis, vinagreira, bertalha, capuchinha, feijão-mangalô, tomate-de-árvore, beldroega, cará-do-ar, chuchu de vento e flores comestíveis.
Maria Regina explica que as pesquisas da EPAMIG com hortaliças PANC são realizadas nos Campos Experimentais da empresa em Prudente de Morais, São João del-Rei e Oratórios. Além disso, hortas domésticas e as próprias cozinhas do time de pesquisadoras da empresa são verdadeiros laboratórios.
“O objetivo das cartilhas é orientar os interessados sobre modos de cultivo, a riqueza nutricional e as formas de preparo das PANC, já que são informações que não encontramos com facilidade. As cartilhas contribuem, também, para que as pessoas façam a identificação correta das hortaliças, pois nem tudo que nasce da terra é comestível. Dessa forma, nós asseguramos que as PANC são deliciosas e nutritivas, mas para serem consumidas com segurança devem ser bem identificadas e preparadas da maneira correta”, destaca Maria Regina.
Mangarito
Muito apreciado pela população rural, o mangarito é utilizado como iguaria em restaurantes do país. A planta adapta-se bem em regiões de clima quente e úmido e se estabelece em períodos chuvosos.
Os rizomas (caules subterrâneos) do mangarito podem ser consumidos cozidos e servidos com melado ou manteiga, fritos, ensopados com carnes e ao molho, em massas, nhoques, pães e sopas. Também, os rizomas podem ser processados e desidratados para consumo na forma de farinha e polvilho. Já as folhas de mangarito são comestíveis enquanto ainda jovens. O uso é semelhante às folhas de taioba e de espinafre, sempre refogadas ou cozidas.
O mangarito é muito energético. Seu valor nutricional é comparável ao da batata inglesa. Os rizomas são ricos em carboidratos, carotenóides totais (provitamina A) e com teores significativos de cálcio, ferro, potássio e zinco.
Para saber mais sobre o mangarito, clique aqui e faça o download gratuito da cartilha da EPAMIG.
Taioba
A taioba é uma espécie tropical perene e de fácil cultivo. A planta pode atingir até dois metros de altura e apresentar de quatro a sete folhas verdes e lisas. A PANC pode ser cultivada em diversos ambientes, mas se desenvolve melhor em regiões de clima quente e úmido, com temperaturas acima de 25 ºC, com média ótima de 20 ºC. O local de plantio deve apresentar disponibilidade de água e boa luminosidade.
As folhas de taioba possuem teores elevados de proteína, fibras, vitamina C, cálcio e ferro. Típica de Minas Gerais, a hortaliça geralmente é servida com angu, mas também pode ser utilizada no preparo de recheios, omeletes, patês, tortas, pizzas entre outros pratos salgados.
Para saber mais sobre como cultivar e incluir taioba nas refeições diárias, clique aqui e faça o download gratuito da cartilha da EPAMIG.
Difusão da tradição
Segundo a editora-chefe das publicações, Vânia Lacerda, as cartilhas são amplamente ilustradas e possuem uma linguagem bastante acessível.
“Ao valorizar as PANC agregamos valor ao produto, criamos oportunidades para o agricultor, especialmente o familiar e contribuímos para a oferta de alimentos que, por sua qualidade, promovem uma alimentação saudável. Essa é a missão da EPAMIG e das publicações da empresa”, afirma Vânia.
A EPAMIG é uma empresa vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa).