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Pesquisadores da EPAMIG comentam a importância de usar sementes qualificadas

Pesquisadores da EPAMIG comentam a importância de usar sementes qualificadas

Sementes certificadas são livres de doenças e possuem alto potencial de germinação, vigor e produção 

(Belo Horizonte – 8/10/2020) – Na última semana começaram a circular em sites jornalísticos notícias sobre pacotes de sementes recebidos por brasileiros após compras pela internet. O Ministério da Agricultura (Mapa) registrou 36 casos dessas sementes misteriosas em oito estados diferentes. Em nota, o Mapa orientou a população para ter cuidado e não abrir os pacotes de sementes não solicitadas, seja qual for o país de origem. Além disso, o descarte não deve ser feito no lixo, pois há risco de germinação das sementes. O correto é entregar os pacotes em unidades oficiais dos sistemas estaduais de agricultura

O episódio acendeu um alerta nas autoridades brasileiras e colocou ainda mais em evidência a necessidade de adquirir sementes qualificadas. Mas, afinal, o que são sementes com selo de qualidade e por que é tão importante adquiri-las? 

Em Minas Gerais, a resposta vem de profissionais da Empresa de Pesquisa Agropecuária do estado (EPAMIG). A empresa trabalha com o desenvolvimento de tecnologias para a agricultura e comercializa sementes qualificadas de café, arroz, feijão, trigo e soja para alimentação humana. Segundo a pesquisadora da EPAMIG, Ana Cristina Juhász, materiais qualificados dão garantias com relação a pureza genética das lavouras, germinação e alto vigor das plantas.

Quando o agricultor adquire sementes de um sistema registrado, planta-se um produto cuja produção, beneficiamento, armazenamento e comercialização são controlados e fiscalizados pelo Mapa, por meio de lei, decretos e instruções normativas. Ao optar por cultivos a partir de sementes de origens duvidosas, o produtor está exposto a uma série de riscos e prejuízos. 

Ana Cristina conta que a genética impura de sementes não qualificadas pode causar desuniformidade no ciclo das plantas, acarretar baixa produtividade e invasão de ervas daninhas.

“Para garantir o sucesso da plantação, o produtor depende em grande parte de sementes de boa qualidade, com características desejáveis para sua região de cultivo. Sementes resistentes e tolerantes a doenças garantem homogeneidade e estabilidade das plantas de uma determinada cultivar”, afirma a pesquisadora. 

O chefe da Assessoria de Negócios Agropecuários da EPAMIG, Clenderson Gonçalves, destaca que a empresa está concluindo o preparo de sementes para as próximas safras. De acordo com ele, o trabalho cuidadoso nos laboratórios aliado à entrega de sementes rigorosamente qualificadas são os motivos que atraem compradores de dentro e fora de Minas Gerais

“A EPAMIG está preparando sementes de algumas variedades de arroz, de feijão Madrepérola, Majestoso, Ouro-vermelho e Tesouro, e também sementes de trigo para produção de silagem. Além disso, a EPAMIG possui sementes de café de interesse comercial para atender viveiristas”, destaca Clenderson.

Café 

Durante o processo de implantação de uma lavoura cafeeira, um dos fatores cruciais para o sucesso do plantio é a qualidade e o desenvolvimento das mudas. De acordo com a pesquisadora da EPAMIG, Juliana Rezende, a formação de boas mudas depende, primeiramente, da qualidade inicial das sementes. 

As sementes de café devem ser provenientes de instituições oficiais, cooperativas ou produtores idôneos e credenciados por entidades fiscalizadoras. Sementes da própria lavoura devem ser colhidas de plantas vigorosas, produtivas e observadas ao longo de, pelo menos, quatro ciclos de produção. Além disso, ao colher sementes da própria lavoura, o cafeicultor deve evitar plantas com sintomas de doenças parasitárias e incidência de frutos “chochos” e de “moca”. 

Toda atenção e cuidado são necessários. Para Juliana, por se tratar de uma cultura permanente, corrigir os erros cometidos logo na implantação de cafezais pode ser uma tarefa difícil ao longo dos anos. 

“A semente é a responsável por levar ao campo todo potencial genético que pode ser expresso nas lavouras. Portanto, utilizar sementes de café de qualidade significa que as lavouras terão o vigor necessário para o arranque inicial, mesmo em condições de estresse. Isso vai gerar plantas de alto desempenho, o que consiste em uma taxa de crescimento maior e em um sistema radicular mais profundo”, pontua Juliana.

Feijão 

Nos campos de produção de sementes de feijão da EPAMIG são feitas vistorias constantes para detectar possíveis doenças e garantir a pureza das variedades comercializadas. O pesquisador da empresa, Rogério Vieira, explica que as vistorias são importantes porque os patógenos causadores de doenças são transmissíveis pelas sementes.

“Usar sementes de feijão não qualificadas traz o risco de uma lavoura com material genético inadequado, com novas doenças e plantas daninhas. Isso pode fazer com que o produtor utilize herbicidas caros para controlar a produção. Sem contar nos grãos que possivelmente serão colhidos sem uniformidade”, destaca Rogério.

Arroz

No Brasil, é comum encontrar plantios de arroz feitos a partir de materiais retirados de áreas destinadas para produção de grãos. Os chamados “grãos sementes” ou “sementes piratas” geralmente têm baixa qualidade fisiológica e fitossanitária, o que compromete o rendimento das lavouras.

Segundo a pesquisadora da EPAMIG, Aurinelza Condé, utilizar grãos de safras anteriores representa um grande risco para o agricultor. A pesquisadora explica que esses grãos podem originar plantas desuniformes. Os resultados são dificuldades no manejo da lavoura, na colheita, além de perdas de produtividade, qualidade e lucratividade.

“O uso de sementes qualificadas é sinônimo de mais sanidade inicial, população de plantas ideal, uniformidade do produto final, ausência de arroz vermelho e facilidade de realização dos tratos culturais. Além disso, evita-se epidemias graves e reduções drásticas na produtividade da lavoura”, explica Aurinelza.

Soja para alimentação humana

As cultivares de soja para alimentação humana possuem características específicas, como tegumento e hilo da mesma coloração, tempo de cozimento reduzido, sabor suave e agradável. De acordo com a pesquisadora da EPAMIG, Ana Cristina Juhász, há três cores de tegumento para aumentar as opções de uso da soja pelo consumidor final: marrom, amarela e preta.

A EPAMIG se prepara para iniciar a produção de sementes de soja para alimentação humana. O objetivo da empresa é que na próxima safra as sementes já estejam disponíveis para multiplicação e, em seguida, certificação. 

Trigo

Assim como em outras culturas, as sementes de trigo são determinantes para a produtividade final da lavoura. A EPAMIG comercializa sementes da cultivar MGS-Brilhante, destinada tanto para a panificação quanto para a produção de silagem. Os campos onde são produzidas as sementes são registrados e vistoriados de acordo com critérios estabelecidos pelo Mapa. 

Para o pesquisador da EPAMIG, Maurício Antônio Coelho, é preciso diferenciar as sementes dos grãos de trigo. Segundo ele, sementes são comercializadas para plantio, enquanto grãos são vendidos para consumo humano ou animal. Maurício ressalta, ainda, as inovações tecnológicas contidas em sementes qualificadas. 

“Sementes certificadas têm potencial de produtividade alto e são isentas de pragas e doenças. Na cultura do trigo existem várias doenças que são veiculadas por sementes. Então, quando a gente compra uma semente qualificada, compramos um produto com laudos técnicos que atestam a condição sanitária, germinação e vigor”, destaca. 

A EPAMIG é uma empresa vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa).

O telefone (WhatsApp) da Assessoria de Negócios da empresa é (31) 99564-0855.

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