Você está aqui:
Cafeicultores mineiros recebem orientações para evitar contágios por coronavírus durante período de colheita

Cafeicultores mineiros recebem orientações para evitar contágios por coronavírus durante período de colheita

Impedir aglomeração de pessoas nos cafezais e oferecer produtos para higienização das mãos estão entre as deliberações do comitê extraordinário

(Belo Horizonte – 15/4/2020) A pandemia da Covid-19 vai exigir dos cafeicultores mineiros mais cuidados durante o período de colheita do café, previsto para os meses de maio a setembro. Diante desse cenário, a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e suas vinculadas Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) elencaram recomendações específicas ao setor.  

A primeira orientação diz respeito à data de início da colheita que, tecnicamente, deve ser feita quando a planta do café se encontra com 80 a 90% de grãos maduros. De acordo com o documento, “uma excepcional e voluntária postergação do início da colheita por um período de 15 a 20 dias” pode ser uma alternativa para muitos produtores, inclusive com possível ganho na qualidade e no peso do produto.  

“Um atraso na colheita pode propiciar que a Covid-19 tenha sua curva amenizada e as operações ocorram em um ambiente de quase normalidade. É uma hipótese a ser avaliada por cada cafeicultor”, analisa o assessor Técnico Especial da Seapa para o Café, Niwton Castro Moraes. 

Sobre os deslocamentos de colhedores entre municípios mineiros, o comitê esclarece que o produtor deve verificar, antecipadamente, se há restrição de trânsito intermunicipal. Já houve deliberação pela flexibilização do trânsito interestadual, mas alguns municípios ainda mantêm restrições para a saída e entrada de veículos de transporte de passageiros, incluindo trabalhadores rurais.  

Em relação à contratação de trabalhadores, os agricultores não devem recrutar pessoas pertencentes aos grupos de risco até que as autoridades sanitárias suspendam as restrições impostas para o trabalho delas em ambiente coletivo. No caso dos indivíduos com sintomas aparentes da Covid-19, a orientação é providenciar o imediato isolamento e a comunicação aos profissionais de saúde locais. 

Vale ressaltar que, se possível, todos os trabalhadores devem ter a temperatura medida por termômetro de testa sem contato e aqueles que, por ventura, apresentarem estado febril não devem participar dos trabalhos. 

“O objetivo é preservar ao máximo a saúde dos trabalhadores e minimizar os impactos da pandemia na safra de café. Acreditamos que, se as orientações forem seguidas, teremos um saldo positivo”, avalia a secretária Ana Valentini.  

Proteção 

As propriedades ficam obrigadas a afixar em pontos estratégicos orientações para higienização das mãos, e disponibilizar, de forma permanente, álcool 70%, sabão e água limpa, especialmente em locais de aglomeração de pessoas, como refeitórios e alojamentos. Propriedades que fornecem refeições devem oferecê-las em marmitas (ou quentinhas, como são chamadas em alguns locais).  

Nesses ambientes, devem ser tomados, rigorosamente, todos os cuidados de higienização das mãos e do próprio recinto, além de serem assegurados o distanciamento mínimo e a ventilação natural. Deve-se evitar a aglomeração de pessoas no refeitório criando um escalonamento em pequenos grupos. 

Banheiros dos trabalhadores devem ser instalados em um ambiente bem ventilado, com disponibilidade de água e sabão para higienização das mãos e partes expostas. Vale lembrar que o local deve ser higienizado diariamente.  

Além disso, a orientação é que os equipamentos (derriçadeiras manuais motorizadas), EPI’s (óculos, luvas, dentre outros), recipientes como garrafões e garrafas, bem como os panos de colheita, sacarias e peneiras devem ser separados e identificados com o nome do trabalhador. Todos esses itens devem ser higienizados diariamente e a utilização por outra pessoa só deve ser autorizada após cuidadosa desinfecção. É importante reforçar que objetos pessoais como talheres, copos, canivetes, isqueiros, cigarros e outros não devem, sob hipótese nenhuma, ser compartilhados. 

Na derriça do café, seja manual ou com derriçadeiras, a orientação é que cada fileira seja colhida pelas mesmas pessoas, considerando-se a distância social mínima de 2 metros. O pagamento da colheita deve ser feito de maneira escalonada ou ao longo da semana ou do dia, de forma a evitar filas e aglomerações.  

Transporte coletivo 

O comitê também alterou a deliberação recente sobre a proibição do transporte interestadual coletivo de passageiros no território do estado. Agora, o veto não se aplica às hipóteses de transporte de trabalhadores para as atividades agrossilvopastoris e agroindustriais. 

No entanto, o transporte deverá cumprir algumas determinações. Dentre elas, a limitação da lotação à capacidade de passageiros sentados, realização de limpeza minuciosa e diária dos veículos, higienização do sistema de ar-condicionado, manutenção de janelas destravadas e abertas de modo a possibilitar a plena circulação de ar e a disponibilização de informações sobre higienização e cuidados para contingenciamento da pandemia Coronavírus Covid-19. 

A situação epidemiológica é dinâmica e as medidas adotadas têm sido constantemente atualizadas e divulgadas em canais institucionais como o site da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) e a Plataforma IVIS do Ministério da Saúde. Agricultores que tiverem dúvidas podem entrar em contato a Seapa e suas vinculadas pelo Fale Conosco dos seguintes endereços eletrônicos: 

Seapa: www.agricultura.mg.gov.br

EPAMIG – www.epamig.br

Emater-MG – www.emater.mg.gov.br

IMA – www.ima.mg.gov.br 

Para conferir os outros informativos produzidos pela Seapa em razão da pandemina do coronavírus, clique aqui.

plugins premium WordPress