Trabalho busca selecionar plantas com características que favoreçam sistema de colheita
(Belo Horizonte – 25/3/2020) Estudos genéticos conduzidos pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) buscam desenvolver plantas de café melhoradas, adaptadas ao processo de colheita mecanizada. O trabalho, conduzido pelos pesquisadores Gladyston Rodrigues Carvalho e Cesar Elias Botelho, começou em 2007, nos Campos Experimentais de São Sebastião do Paraíso e Machado, com a avaliação de 33 materiais derivados do germoplasma Icatu, resistentes à ferrugem alaranjada do cafeeiro.
A colheita do café pode ser realizada de forma manual, semimecanizada ou mecanizada. A mecanização é uma prática que tem se consolidado na cafeicultura, já que ameniza a escassez de mão-de-obra e garante o uso eficiente dos recursos, além de permitir a precisão das operações agrícolas. A colheita semimecanizada utiliza máquinas portáteis na coleta dos frutos e se dá pela ação de uma haste rígida vibratória, que gera impacto e induz vibração mecânica dos frutos e galhos do cafeeiro.
“Dada a relevância dessa cultura para o país e a pouca opção de cultivares mais adaptadas a mecanização total ou parcial, estamos desenvolvendo trabalhos com o objetivo de avaliar o uso de características da colheita semimecanizada como critério para a seleção de progênies de café”, explica a pesquisadora Juliana Costa de Resende, que integra o Programa Estadual de Pesquisa Cafeicultura da EPAMIG.
Dentre os materiais genéticos testados, 10 foram selecionados inicialmente por meio de características agronômicas. Na safra 2014 e 2015, foram observados critérios como queda natural dos frutos, força de desprendimento de frutos verdes e maduros, produtividade, desfolha por ocasião da colheita, vigor vegetativo e principalmente eficiência da colheita com derriçadoras portáteis.
Atualmente, quatro das 33 progênies continuam sendo estudadas, como informa a pesquisadora Juliana. “Com essas quatro, vamos continuar os trabalhos de pesquisa para lançar uma cultivar que combine produtividade, vigor, tolerância à ferrugem e que seja adaptada à colheita semi mecanizada”, afirma, acrescentando que “ainda faltam duas gerações para chegarmos ao resultado, ou seja, no mínimo uns 10 anos para o lançamento de uma nova cultivar”, avalia.
Dentre os resultados já encontrados, foi percebido aumento de eficiência na operação de colheita tanto em volume de café colhido/hora quanto em percentual de café retirado da planta. Como consequência, o cafeicultor terá com o plantio dessas futuras cultivares ganhos na gestão das diferentes etapas que compõe a colheita, bem como potencial de aumento da qualidade média dos cafés produzidos na propriedade.
Expocafé 2020
A EPAMIG e o Governo de Minas Gerais, com apoio institucional da Prefeitura de Três Pontas, da Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Três Pontas (Cocatrel), da Universidade Federal de Lavras (Ufla), da Emater-MG e do Consórcio de Pesquisa Café, realizam anualmente a Expocafé. Em 2020, o evento acontecerá entre os dias 15 e 17 de julho. As reservas de estandes podem ser feitas com Antônio Nunes pelo telefone (32) 99800-1705 ou e-mail antonio.expocafe@epamig.br.