A EPAMIG recebeu na última semana a visita de comitiva do Ministério de Agricultura e Florestas de Serra Leoa, país da África Ocidental. Além dos encontros com a diretoria da EPAMIG na sede da empresa, em Belo Horizonte, os serra-leoneses também se encontraram com a secretária de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ana Valentini, e com demais representantes da Seapa, da Emater-MG e do IMA.
A delegação de cinco membros, composta por agrônomos e pesquisadores, teve como principal objetivo conhecer o modelo de agricultura tropical desenvolvido em Minas Gerais, especialmente a experiência bem-sucedida no manejo da lagarta-do-cartucho. No Brasil, a praga ataca, principalmente, a cultura do milho, mas em Serra Leoa está devastando, desde 2017, as lavouras de arroz, um dos principais grãos produzido no país.
Após encontros em Belo Horizonte, a comitiva de Serra Leoa seguiu viagem para conhecer as unidades da EPAMIG em Viçosa, região Sudeste, e em Maria da Fé, no Sul do estado.
Em Viçosa, a equipe foi recebida na tarde de quarta-feira (26) pelo chefe geral da EPAMIG Sudeste, Marcelo Ribeiro. Na reunião, foram apresentadas tecnologias desenvolvidas pela empresa em diferentes setores da agricultura.
A coordenadora do programa de pesquisa em agroecologia, Madelaine Venzon, apresentou os trabalhos da EPAMIG Sudeste com controle sustentável de pragas em plantações de pimenta e café. Por se tratar de métodos mais econômicos e compatíveis com a realidade socioeconômica de Serra Leoa, a comitiva se mostrou bastante interessada na tecnologia de atração e manutenção de inimigos naturais das pragas, seja em plantas espontâneas ou árvores ao redor das lavouras.
“Os insetos, inimigos naturais das pragas, são atraídos pelo pólen e néctar dessas plantas e são eles os responsáveis por combater as pragas. Essa é uma tecnologia bem simples, barata, mas com um fundo agroecológico forte, perfeitamente aplicável ao contexto de Serra Leoa”, afirma Madelaine.
Em seguida, a comitiva de Serra Leoa ouviu sobre a aplicação de molibdênios em feijoeiros com o pesquisador Rogério Faria e o professor da Universidade Federal de Viçosa, José Eustáquio Carneiro. Após, o pesquisador Sânzio Vidigal falou sobre o cultivo de cebolas e o pesquisador Plínio Soares mostrou resultados de pesquisa em arroz, segunda maior cultura do país.
Motivado pelos questionamentos da comitiva de Serra Leoa, Marcelo Ribeiro falou sobre o plantio e manejo de café. “Resolvi falar sobre café porque essa é uma das especialidades da empresa e temos muito a acrescentar nessa área”, declara Marcelo em referência ao mais de 50 anos de pesquisas em café realizadas pela EPAMIG.
A comitiva de Serra Leoa deixou Viçosa em direção a Maria da Fé ainda na noite de quinta-feira (27). Na manhã de sexta (28) os serra-leoneses se encontram com pesquisadores da EPAMIG no Campo Experimental do município e, em seguida, visitaram uma fábrica de batatas-palha para acompanhar o processamento do produto.
O pesquisador da EPAMIG, Pedro Moura, destaca que o interesse da comitiva esteve voltado para o cultivo e armazenamento de frutas, principalmente após visitas a plantações de amoras pretas e framboesas. O interesse na diversificação da fruticultura em Serra Leoa já havia sido demostrado em reunião na EPAMIG Sede no início da semana. Além disso, o chefe da delegação de Serra Leoa, John Kamara, se mostrou interessado no cultivo de morangos e tomates em estufa após ter contato com experiências bem sucedidas em Maria da Fé.
Para Pedro Moura, o saldo da visita foi positivo. “Ficamos muito satisfeitos com a vinda da equipe de Serra Leoa aqui em Maria da Fé porque é uma excelente maneira de eles verem nosso trabalho na prática, além de uma ótima oportunidade de mostrar o que a gente produz há 45 anos para outros países”, ponderou Pedro.
A comitiva de Serra Leoa deixou o município de Maria da Fé rumo ao aeroporto de Guarulhos na noite de sexta (28).
