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Cultivar MGS Paraíso 2 da EPAMIG acumula premiações

Cultivar MGS Paraíso 2 da EPAMIG acumula premiações

Material é desenvolvido pelo Programa de Melhoramento Genético do Cafeeiro

A cultivar MGS Paraíso 2 ganhou vários prêmios nos últimos anos – Foto: Erasmo Pereira

(Belo Horizonte, 14/01/2025) Desenvolvida por meio de pesquisas da EPAMIG, no âmbito do Programa de Melhoramento Genético do Cafeeiro, a cultivar MGS Paraíso 2 vem acumulando premiações nos últimos anos. A mais recente é a eleição da cultivar no prêmio Melhores Cafés Cocatrel 2024, realizado em dezembro de 2024.

Segundo o produtor Lucas Natanael Moreira, vencedor da premiação de 2024 e em mais três edições, ele sempre procura por novos estudos da EPAMIG sobre as cultivares para implantação na propriedade. “Tanto eu quanto meu pai gostamos de ir atrás das novidades nessa área. Já trabalhamos com as variedades MGS Aranãs e MGS Paraíso 2, que mostram uma alta produção, resistência e, especialmente, a MGS Paraíso 2 destaca no quesito bebida. Desde a primeira safra da lavoura ela apresentou uma bebida diferenciada. A MGS Aranãs também se comporta muito bem no quesito bebida, porém a MGS Paraíso 2 sobressai”, comenta o produtor e parceiro da EPAMIG.

Lucas Natanael recebeu o prêmio na Cocatrel, em dezembro de 2024 – Foto: Arquivo Pessoal

Desde a década de 1970, a EPAMIG vem trabalhando no desenvolvimento de novas cultivares de café. Naquela época, com o surgimento da ferrugem, principal doença que acomete os cafeeiros, o foco principal dos pesquisadores da Empresa era desenvolver cultivares com resistência à doença que uma vez não controlada causa sérios prejuízos para a lavoura.

“Hoje, grande parte das cultivares produzidas pela EPAMIG apresenta resistência à ferrugem. A MGS Paraíso 2, que já ganhou vários concursos, por exemplo, é uma cultivar que, além de apresentar a resistência a ferrugem, é altamente produtiva e entrega um café com uma bebida diferenciada, ganhando várias premiações”, pontua Vanessa Figueiredo, pesquisadora da EPAMIG. “As cultivares melhoradas são algumas das inúmeras tecnologias desenvolvidas pela EPAMIG, que trazem muitos ganhos para o produtor, principalmente pensando em produtividade”, complementa.

Vanessa Figueiredo é pesquisadora da EPAMIG – Foto: Arquivo Pessoal

Diferenciais

O também pesquisador da EPAMIG, Denis Nadaleti, completa a informação e reforça que a cultivar vai além da resistência à ferrugem. Segundo ele, a Paraíso 2 também possui peneira média a alta, maturação precoce a média, excelente qualidade sensorial, boa resposta à poda, eficiência alta na colheita mecanizada e é indicada para todas as regiões de cultivo, tanto em sistema de sequeiro quanto irrigado.

“Ela se diferencia, ainda, das demais cultivares pela sua aptidão produtiva em áreas com restrição na disponibilidade de fósforo, além da precocidade, visto que, a maioria das cultivares resistentes à ferrugem apresenta maturação de média a tardia. Ela tem também alto potencial para a produção de cafés especiais diferenciados em todas as regiões de cultivo com perfil sensorial floral, sabor adocicado e frutado, acidez prazerosa e corpo aveludado”, explica o pesquisador.

Premiações

Tendo contato com a cafeicultura desde a infância, Lucas Natanael reforça que vencer o concurso pela quarta vez é uma “sensação de dever cumprido”. “É gratificante ver o trabalho de um ano inteiro sendo reconhecido. Isso é fruto de um ensinamento do meu pai que trago comigo sempre, que é o capricho e cuidado na cultura do café. Cuidar bem do café, para que lá na frente ele retribua com frutos. E, claro, contar com a mão de Deus ajudando no tempo”, celebra Lucas.

Vanessa Figueiredo enfatiza ainda que essas premiações são grandes incentivos para o produtor. “Esta conquista a cada ano é um grande estímulo para o Cafeicultor que, produzindo um café especial ele tem uma valorização no seu produto”, conclui a pesquisadora.

Anteriormente, a cultivar também já havia vencido o “Best of the best” no 8º. Prêmio Internacional de Café Ernesto Illy, em 2023. Além disso, em 2021, ela também foi vencedora do prêmio de qualidade no concurso do Cerrado Mineiro e do 12º Prêmio do Cerrado Mineiro. Denis Nadaleti lembra que, além da MGS Paraíso 2, a MGS Turmalina, outra cultivar da EPAMIG, é muito promissora e tem se destacado com alto potencial de qualidade sensorial em 33 municípios em que está em avaliação.

Denis Nadaleti é pesquisador da EPAMIG SUL – Foto: Arquivo Pessoal

“Ela é promissora para se inserir nos próximos concursos de qualidade. Vale mencionar que essa cultivar possui a mesma origem genética da cultivar MGS Paraíso 2, evidenciando o elevado potencial desse grupo genético para obtenção de cafés de altíssima qualidade com perfis sensoriais complexos”, afirma o pesquisador.

A EPAMIG também possui a expectativa de ampliar a disponibilização e venda de sementes para outras regiões do Estado, como Vale do Jequitinhonha e Matas de Minas. “Até então, a venda se concentrou nas regiões do Sul de Minas e Cerrado Mineiro, porém, com a difusão dos resultados obtidos nas pesquisas, espera-se despertar o interesse de novas regiões por essa cultivar”, finaliza Denis Nadaleti. 

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