(Belo Horizonte, 3/6/2019) A pesquisadora da EPAMIG Sul, Sara Chalfoun, recebeu no último dia 28 uma homenagem na categoria “Destaque Mulheres do Café” na 8ª edição do Coffee Dinner, em São Paulo (SP). O evento internacional celebra o início de uma nova safra de café e homenageia as entidades e lideranças que contribuem para o fortalecimento da cafeicultura do Brasil e do mundo.
O Coffee Dinner deste ano teve como tema “Cafés do Brasil: Qualidade com Sustentabilidade”. Segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CECAFÉ), entidade responsável por organizar o evento, o reconhecimento dado a Sara se deve ao fato de a pesquisadora ser uma “digna representante do Brasil na área de pesquisa em café”.
Para o presidente do CECAFÉ, Nelson Carvalhaes, Sara vem galgando passos importantes para a discussão da questão de gênero no agronegócio. Ainda, para ele a homenagem veio para reconhecer o “dedicado trabalho em prol do desenvolvimento da pesquisa na cafeicultura, com especial destaque para a área de fungos e, principalmente, pelo esforço para dar mais visibilidade ao potencial feminino na cafeicultura”, destacou.
Sara trabalha na EPAMIG há 47 anos e diz ter ficado surpresa ao receber a notícia da homenagem. Segundo a pesquisadora, a cadeia produtiva do café é muito grande e, por vezes, a pesquisa ocupa um lugar pouco valorizado. “A pesquisa é a base da cafeicultura, mas boa parte de quem usufrui desses resultados nem sabe como eles foram gerados”, aponta.
A pesquisadora recebeu a homenagem das mãos da secretária de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ana Maria Valentini. Para Sara, o prêmio está bastante relacionado à sua trajetória de pesquisa e veio para afirmar uma tendência do mercado mundial, cada vez mais voltado para produtos seguros e sem resíduos de produtos químicos. “Para atender a essa demanda do setor de exportação por produtos sustentáveis e de qualidade é imprescindível o apoio a pesquisas”, afirmou.
Tecnologias da EPAMIG presentes em momentos importantes da cafeicultura nacional
As tecnologias desenvolvidas por pesquisadores da EPAMIG sempre estiveram presentes na resolução de problemas em momentos de crise da cafeicultura no Brasil.
É o caso da ferrugem do cafeeiro, doença que provoca queda precoce das folhas e afeta a produção dos frutos. A doença ataca lavouras do mundo inteiro e chegou ao Brasil em 1970. Graças a rápida reação dos setores de pesquisas nacionais e estaduais, entre eles a EPAMIG, a previsão de devastação das lavouras brasileiras não foi concretizada. Por meio de tecnologias foi possível aprender a conviver com a praga e a modernizar o parque cafeeiro.
Outro caso de destaque foi a resposta que a comunidade de pesquisadores em café do Brasil, composta em grande parte por profissionais da EPAMIG, deu a uma indagação de importadores de café de todo o mundo. Em uma reunião em Nairóbi, no Quênia, foi apontado que o café poderia ser fonte de uma perigosa microtoxina produzida por fungos.
Para conter o pânico generalizado sobre o futuro da cafeicultura, o Brasil foi o país pioneiro a trazer repostas claras sobre a origem e as propriedades da microtoxina, além de ter afastado o risco de a microtoxina estar presente nos cafés produzidos no país, tudo por meio de programas de segurança do café nacional.