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EPAMIG desenvolve biofiltro para piscicultura

EPAMIG desenvolve biofiltro para piscicultura

Sistema experimental que apoia produtores está em funcionamento em Felixlândia 

A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) desenvolve um biofiltro de água para ser reutilizada na piscicultura e na irrigação de árvores frutíferas, a partir da amônia excretada pelos próprios peixes, criados em tanques no campo experimental de Felixlândia, região Centro-Oeste do Estado de Minas Gerais. 

O objetivo do biofiltro é uma purificação da água para criar uma tilápia sem a produção de nenhum tipo de resíduo para o meio ambiente, uma vez que todo o dejeto produzido pelas tilápias é destinado ao biofiltro, passando por um processo de separação física e biológica. 

Vista aérea do biofiltro do campo experimental de Felixlândia
Vista aérea do biofiltro no campo experimental de Felixlândia – Foto: Erasmo Pereira

“Atualmente, contamos com uma redução de 75% do nitrito e nitrato presente na água que entra no nosso biofiltro, fazendo assim uma biofiltragem de qualidade, devolvendo essa água limpa para a criação contínua, utilizando e reutilizando a mesma água por diversas vezes. Já estamos com tilápias de 800 gramas, num tempo estimado de sete meses, o que é um desempenho muito bom, para um sistema bioecologicamente correto“, pontua o pesquisador da EPAMIG Centro-Oeste, Alisson Meneses. 

O biofiltro é dividido em três processos, iniciando no filtro físico, que faz a separação das partículas mais grosseiras; em seguida, a água passa pelo decantador, que separa as partículas mais pesadas das mais leves e, posteriormente, o sistema conta com três filtros com MBBR, uma tecnologia de tratamento biológico de efluentes. 

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Segundo o pesquisador em aquicultura, os filtros com MBBR são construídos em sistema de chicane, para retardar o fluxo de água e de nutrientes e a autonomia de filtragem de água diária passa dos 300 mil litros. 

“Aqui realizamos a biofiltragem da água utilizando as plantas flutuantes, repetindo o trabalho da natureza nos grandes lagos. No nosso caso, o biofiltro utiliza as macrófitas [plantas flutuantes] alface d’água, aguapé, espinafre d’água e orelha de onça”, explica

Futuro 

Além do projeto de recirculação da criação da tilapicultura de corte no campo experimental de Felixlândia, o biofiltro também será utilizado para um experimento na fazenda da EPAMIG para um comparativo de criação de árvores frutíferas. 

“Nosso propósito é a criação de um pomar dividido em duas partes: um lado regado com água comum e da chuva, e de outro somente com a água biofiltrada. Além disso, a adubação também será diferenciada, com a utilização de adubos a vermicompostagem produzida no biofiltro. Será um espaço para observação, revelando a diferença entre as frutas cultivadas com a água convencional e a que é gerada no biofiltro, possibilitando levar essa tecnologia para outros produtores e também para estudantes de graduações voltadas à agricultura“, explica Alisson Meneses. 

Tilapias criadas nos tanques abastecidos pelo biofiltroTilapias criadas nos tanques abastecidos pelo biofiltro – Foto: Erasmo Pereira

Ainda de acordo com Alisson, a tecnologia também pode ser utilizada em propriedades rurais, uma vez que a construção e formatação do biofiltro pode ser redimensionada para as necessidades de cada produtor, aumentando ou reduzindo seu tamanho. 

“O modelo do biofiltro pode ser replicado numa propriedade rural, repetindo o funcionamento do equipamento disponível no campo experimental de Felixlândia e como modelo a ser seguido pelos produtores rurais”, finaliza o pesquisador. 

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