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EPAMIG participa do 9º Congresso Mundial em Agricultura Conservacionista

EPAMIG participa do 9º Congresso Mundial em Agricultura Conservacionista

Pesquisador José Mário Lobo foi um dos três brasileiros a apresentar trabalhos nesta edição

(Belo Horizonte – 2/8/2024) O pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) José Mário Lobo apresentou um trabalho no 9º Congresso Mundial de Agricultura Conservacionista (World Congress on Conservation Agriculture – WWCA) realizado na África Sul, entre os dias 22 e 25 de julho.

José Mário expôs o tema: Surface temperature variation as a proxy for soil health assessment in Cerrado biome agroecosystems. O estudo buscou explorar a relação entre a mudança da temperatura na superfície e a atividade enzimática no solo, considerada um indicador de saúde do solo, em culturas anuais integradas com a produção pecuária no bioma Cerrado.

“A pesquisa testou diferentes manejos de produção em sistema plantio direto visando a cobertura permanente, diversificada e com raízes vivas. O bioma Cerrado possui uma estação seca bem definida, de cinco a seis meses, e a proposta do estudo foi explorar alternativas para gerar uma “ponte verde” mantendo uma cobertura de qualidade durante a estação seca, a partir do uso de plantas de cobertura. Para tanto, foram analisados cinco sistemas de manejo das plantas de cobertura para as culturas de milho e soja, as diferenças na temperatura na superfície entre os sistemas de manejo e fragmentos com vegetação nativa, durante oito anos (2017 a 2024), e a atividade das enzimas arilsulfatase e ß-glicosadase nos últimos cinco anos”, explica o pesquisador.

Os sistemas de manejo analisados no estudo foram: Integração Lavoura Pecuária (ILP), soja de ciclo curto com o plantio de plantas de cobertura, soja de ciclo médio/longo com o plantio de plantas de cobertura, soja de ciclo médio/longo com a sobressemeadura de plantas de cobertura e soja de ciclo médio/longo sem o plantio de plantas de cobertura. A pesquisa baseou-se nas seguintes premissas: a) como os sistemas de cultivo afetam a temperatura da superfície, b) qual o impacto potencial dos sistemas de cultivo na atividade das enzimas no solo e c) qual a correlação entre a temperatura da superfície e a atividade enzimática.

“Os resultados indicaram um efeito significativo entre os diferentes sistemas de manejo e a temperatura na superfície do solo, um efeito significativo da temperatura na superfície do solo na enzima ß-glicosidase e ligeiramente acima do efeito significativo para arylsulfase e um efeito do sistema de manejo na atividade da arylsulfatase. O sistema ILP apresentou as menores variações na temperatura na superfície e a maior atividade enzimática. Há um grande potencial para a produção agrícola a partir da reabilitação de pastagens degradadas com a implementação de um sistema de integração lavoura-pecuária”, afirma José Mário.

As informações obtidas poderão contribuir para a implementação do uso de indicadores de fácil acesso, auxiliando consultores e agricultores no monitoramento da saúde do solo e avaliação das diferentes estratégias de manejo conservacionista do solo. “Mudanças na temperatura da superfície dos sistemas de cultivo podem ser usadas como uma ferramenta prática para complementar a análise biológica do solo. A análise da temperatura na superfície utiliza imagens de satélite gratuitas e a bioánalise do solo (BioAS – Embrapa) pode ser feita em laboratórios credenciados (35 no país) com custo acessível aos produtores rurais”, complementa o pesquisador.

O trabalho contou com participação dos professores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Diego dos Santos e Paulo Emílio Lovato, dos pesquisadores da Embrapa Milho e Sorgo Daniel Pereira Guimarães, e da Embrapa Cerrados Ieda Carvalho Mendes, e do professor da Universidade Sueca de Ciências Agrícolas, Marcos Alberto Lana.

Além de José Mário Lobo, apresentaram trabalhos no Congresso Mundial de Agricultura Conservacionista os pesquisadores brasileiros Dezinart Bolonhezi (Instituto Agronômico de Campinas – IAC) e Ieda Mendes da Embrapa, que foi convidada como palestrante.

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