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Associação de mulheres transforma lonas doadas pela EPAMIG em sacolas retornáveis

Associação de mulheres transforma lonas doadas pela EPAMIG em sacolas retornáveis

Coletivo Marias Vão Com As Outras Sim, de Sarzedo (MG), recebeu mais de 200 m2 de material oriundo de banners de propaganda da Expocafé 2023

Sacolas retornáveis feitas com as lonas doadas pela EPAMIG. Foto: Nilce Nicácio/Associação Marias Vão Com As Outras Sim

(Belo Horizonte – 4/7/2023) O Programa AmbientAÇÃO da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) doou 214 m2 de lonas para a Associação Marias Vão Com As Outras Sim, coletivo de mulheres artesãs de Sarzedo (MG), para a confecção de sacolas retornáveis (ou ecobags) que estão sendo comercializadas em feiras.

Originalmente utilizado nos banners e painéis de propaganda e sinalização da Expocafé 2023, realizada pela EPAMIG em maio, o material costumava ser descartado em lixo comum, não sendo reaproveitado. “Há algum tempo procurávamos um destino para a grande quantidade de banners que a EPAMIG usa anualmente em seus eventos, pois essas lonas não são recicláveis”, conta a chefe da Divisão de Obras e Serviços Gerais, e coordenadora da Comissão Setorial do Programa AmbientAÇÃO da EPAMIG, Helenise Lamounier. “Por meio de uma amiga, descobri o trabalho desse coletivo de mulheres que, dentre outras ações, fabrica ecobags com material reutilizado. Enviei uma proposta de doação e elas aceitaram prontamente”, completa Helenise.

Integrantes da Associação “Marias Vão Com As Outras Sim” durante a entrega das lonas doadas. Foto: Helenise Lamounier/Epamig

A Associação Marias Vão Com As Outras Sim foi criada em Sarzedo, em janeiro de 2021, durante a pandemia, com o intuito de atender famílias que se encontravam em vulnerabilidade e passavam por insegurança alimentar. “Nós começamos buscando doações junto a empresas, órgãos e instituições locais, para podermos entregar cestas básicas a essas famílias que nos procuravam”, relata a articuladora e mobilizadora social, e coordenadora administrativa da Associação, Nilce Nicácio.

Lonas durante secagem, antes da doação. Foto: Helenise Lamounier/Epamig

Ela explica que, com o fim da pandemia, o grupo de mulheres identificou a necessidade de manter as ações e buscar formas de gerar renda para a Associação. Foi então que elas criaram dois projetos internos: um de costura criativa, pelo qual fabricam diversas peças reaproveitando tecidos, descartados pela indústria têxtil, e outros materiais; e um de agroecologia, com o cultivo e venda de alimentos livres de agrotóxicos, oriundos da agricultura familiar.

Helenise Lamounier (de crachá) ao lado das integrantes da Associação, durante a entrega da doação. Foto: Acervo Helenise Lamounier/Epamig

“Além de estarmos contribuindo para o meio ambiente, reutilizando materiais que iam para o lixo, despoluindo córregos, repensando hábitos de consumo, várias de nós também pudemos nos beneficiar com a renda gerada pelos produtos”, ressalta Nilce, que completa: “Somos um grupo de mulheres que luta contra uma série de questões que vêm do machismo estrutural. Entendemos que, pela autonomia financeira, a mulher consegue sair de ciclos de violência doméstica ou ciclos de depressão, dentre outras coisas”.

Segundo ela, até o momento, 20 sacolas retornáveis já foram fabricadas a partir do material doado pela EPAMIG e que o coletivo, atualmente composto por 15 mulheres e alguns parceiros, está se organizando para ampliar a produção.

Foto: Nilce Nicácio/Associação Marias Vão Com As Outras Sim

“Estamos muito felizes com essa parceria e temos tido bastante apoio de nossa diretoria executiva para seguirmos com os trabalhos do Programa AmbientAÇÃO. Nossa expectativa é que possamos recolher os banners de todos os próximos grandes eventos organizados pela EPAMIG, como o Minas Láctea, e doá-los para que a Associação possa fazer novas sacolas”, conclui Helenise Lamounier.

A Associação Marias Vão Com As Outras Sim participa, todos os sábados, de 8h às 17h, da Feira da Agricultura Urbana e Familiar, realizada em Contagem (MG). Em sua barraca, são vendidos alimentos agroecológicos, adubo de compostagem, condimentos, sabonetes à base de óleo reaproveitado, mudas de plantas medicinais, artesanato com material reciclado, além das sacolas retornáveis. Cada sacola é vendida a um preço que varia de 20 a 25 reais. O coletivo também realiza vendas em suas redes sociais.

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