Você está aqui:
15º Dia de Campo de Olivicultura da EPAMIG movimenta mercado de azeites brasileiros

15º Dia de Campo de Olivicultura da EPAMIG movimenta mercado de azeites brasileiros

Evento contou com palestras, atividades nos olivais, visita a uma agroindústria e empresas com novidades que prometem aquecer o mercado de azeites nacionais

(Maria da Fé – 16/3/2020) O 15º Dia de Campo de Olivicultura da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) foi um sucesso. O evento ocorreu na última sexta-feira (13) em Maria da Fé, município no Sul de Minas, e recebeu participantes de todo o país para palestras e visitas guiadas aos olivais. Paralela ao Dia de Campo, a 5ª Mostra Tecnológica reuniu expositores do Brasil e do exterior para mostrar produtos e novidades do mercado da olivicultura. De acordo com a comissão organizadora, o evento contou com o número recorde de 40 empresas expositoras.

Segundo o coordenador do Programa Estadual de Pesquisa em olivicultura da EPAMIG, Luiz Fernando de Oliveira, o Dia de Campo chegou a sua 15ª edição consolidado como um dos principais eventos de difusão de tecnologia para a olivicultura do país. “O evento foi um sucesso! Tivemos bons retornos do público e vários elogios acerca das palestras e das dinâmicas de campo”, declara Luiz Fernando.

A abertura do 15º Dia de Campo de Olivicultura contou com a participação do diretor de Administração e Finanças da EPAMIG, Leonardo Kalil; da prefeita de Maria da Fé, Patrícia Almeida; do presidente da Associação dos Olivicultores dos Contrafortes da Mantiqueira (Assoolive), Nilton Caetano e de demais autoridades políticas, como os deputados estaduais Dalmo Ribeiro e Duarte Bechir.

“O Dia de Campo de Olivicultura é um evento que vem crescendo a cada ano e que mostra a força da olivicultura e do azeite em Minas Gerais. Não é pouca dizer que o Brasil iniciou a produção de azeite aqui na EPAMIG. O papel da pesquisa pública é justamente esse, o de criar uma cadeia de valor, criar novas oportunidades de negócio e desenvolvimento regional. Isso nos enche de orgulho”, afirmou Leonardo Kalil.

Na ocasião, a prefeita de Maria da Fé entregou aos deputados um ofício que solicita que o município seja oficialmente reconhecido como embaixador do azeite brasileiro. Por sua vez, o deputado Dalmo Ribeiro aproveitou sua fala para mencionar o Projeto de Lei nº 1.564, de sua autoria, com o objetivo de criarum polo de incentivo à olivicultura em Minas Gerais e incentivar a produção, industrialização, comercialização e consumo de azeite no estado. De acordo com o Projeto, são integrantes do polo os municípios de Aiuruoca, Brazópolis, Cristina, Delfim Moreira, Gonçalves, Pedralva, Piranguçu e Maria da Fé, que será o município-sede.

Após a abertura, o autor do Guia de Azeites do Brasil, Sandro Marques, ministrou palestra com destaque para as tendências do azeite pelo mundo. Em seguida, o público se dividiu em três grupos para dinâmicas de campo. A comissão organizadora montou três estações nos olivais do Campo Experimental da EPAMIGpara tratar de assuntos como a implantação e o manejo do olival; a importância da determinação do ponto de colheita das azeitonas; e considerações sobre adubação e nutrição das oliveiras.

Novidades na 5ª Mostra Tecnológica

Bem ao lado do local de palestras, a comissão organizadora do 15º Dia de Campo de olivicultura da EPAMIG instalou os estandes da 5ª Mostra Tecnológica. O espaço foi dedicado para a exposição de produtos e serviços que compõem o ciclo produtivo do azeite, além de produtos derivados das oliveiras.

Um dos produtos que chamou a atenção de quem passava entre os estandes foi um aparelho que oferece ao produtor a possibilidade de usar tampas completamente invioláveis, o que garante a segurança das garrafas de azeites.

Segundo a empresária Ideli Marcatto, os maquinários para recravar tampas de garrafa no mercado são caros, ao passo que o recravador manual que ela apresentou na feira cumpre a mesma função com um custo muito menor. Quando questionada sobre a aceitação do público, Ideli mostrou satisfação.

“A gente trouxe uma quantidade considerável de tampas para mostrar como o nosso produto funciona na prática. Não estamos nem na metade do evento e quase não temos mais tampas, tamanha a curiosidade e o interesse do público. A adesão é muito grande”, celebrou Ideli.

Também estiveram presentes na 5ª Mostra Tecnológicaempresas de maquinários agrícolas de grande porte, mudas, livros, cosméticos e, claro, azeites. O presidente da Assoolive, Nilton Caetano, destacou que a preocupação dos 45 associados é com a qualidade dos azeites produzidos na Mantiqueira. Nilton enfatizou que a Assoolive possui um selo de qualidade compatível com os padrões nacionais.

A Mostra foi encerrada com uma visita guiada à agroindústria Fio de Ouro, em Maria da Fé. O público teve a oportunidade de conferir de perto o lagar da empresa e a extração de azeite em uma das maiores máquinas extratoras do Brasil, produzida em território nacional, com capacidade de processar 1500 quilos de azeitonas por hora.

Desafios do mercado de azeites nacionais

Como parte da programação técnica do 15º Dia de Campo de Olivicultura, os azeitólogos Ana Beloto e Paulo Freitas proferiram palestra sobre as expectativas e a realidade do mercado de azeites nacionais. Para Ana, é preciso ensinar para os estrangeiros que o Brasil é o novo mundo dos azeites. Além disso, a azeitóloga ressalta as características sensoriais dos azeites brasileiros como um traço forte que demonstra personalidade.

“O sensorial tropical é o que mais chama atenção quando apresentamos os azeites brasileiros para degustadores ao redor do mundo. Em concursos internacionais nossos sabores estão sendo pontuados e valorizados. Eu sempre gosto de frisar que o parâmetro internacional é uma referência, mas não um espelho. Nós tempos nossos sensoriais como diferenciais, e isso é uma conquista”, afirma Ana Beloto.

Paulo Freitas destacou os mais de 300 produtores de azeite na Mantiqueira e no Rio Grande do Sul, responsáveis por mais de 100 marcas comercializadas no Brasil. O azeitólogo também citou as novas formas de geração de renda oriundas da olivicultura, como o turismo nos olivais, a gastronomia e os novos produtos. “Estamos acumulando prêmios internacionais na Europa e nos Estados Unidos. É muito interessante porque estamos competindo com países que possuem culturas de azeite centenárias”, ponderou Paulo.

Contudo, a dupla não deixou de falar dos desafios que o mercado de azeites brasileiros ainda enfrenta no país e o papel das empresas de pesquisa na elaboração de respostas junto aos produtores.

Entre os desafios destacados estão as grandes oscilações de produções dos olivais; a elaboração de protocolos de práticas agrícolas; o entendimento sobre olivais não produtivos; a necessidade de parcerias entre produtores; o desenvolvimento de novos produtos e de canais de comercialização.

Atenção ao coronavírus

O 15º Dia de Campo de Olivicultura da EPAMIG ocorreu um dia antes do decreto do governador Romeu Zema que suspendeu eventos com mais de 100 pessoas no estado. Mesmo assim, a comissão organizadora se precaveu e distribuiu álcool em gel para todos os presentes. Além disso, por meio de uma parceria com a Prefeitura Municipal de Maria da Fé, foi montado um estande da Secretaria Municipal de Saúde para que os interessados pudessem tirar todas as dúvidas diretamente com profissionais da área.

plugins premium WordPress